Acordei antes do sol. Ela tava ali, dormindo no meu peito. O rosto tranquilo, os lábios entreabertos, uma perna jogada por cima de mim como se já fosse o lugar certo. Como se ela tivesse pertencido a mim esse tempo todo, mesmo quando me negava. Mesmo quando fugia.
Passei os dedos devagar pelos fios do cabelo dela, tentando não acordá-la, mas ela abriu os olhos.
— Você tá me encarando há quanto tempo? — perguntou com a voz rouca de manhã que me faz perder qualquer noção de juízo.
— O suficiente pra saber que não quero acordar em outra cama que não seja essa, e com você.
Ela sorriu. Breve. Mas estava ali. O sorriso que ela só me dá quando tá sem armadura.
Me inclinei, beijei sua testa. E ali, no silêncio da madrugada, eu sabia: eu tava perdido. Completamente. Mas é claro que não ia ser tão fácil assim. Porque Savannah não é o tipo de mulher que se entrega de bandeja e finge que nada aconteceu. Não.
Ela acorda, toma banho, veste a armadura e volta pro mundo como se não tivesse acabado de