Chegar à Montserrat Enterprises numa manhã de céu claro e mente confusa já era por si só um desafio emocional. Eu mal havia conseguido dormir. Meus olhos ainda ardiam, mas o café ajudava a manter o corpo em pé — e o coração no modo silencioso.
Mas nada — absolutamente nada — me prepararia para a criatura que me aguardava logo na entrada da empresa.
Um homem alto, de sorriso lascivo e terno milimetricamente alinhado se aproximou como se estivéssemos em um filme antigo — daqueles ruins, com roteiro duvidoso e protagonista detestável.
— Uau, você só pode estar brincando comigo — ele disse, me olhando da cabeça aos pés, com um sorriso que fez minha espinha encolher.
— Desculpe? — franzi a testa, já me preparando para escapar dali.
— É com você mesmo que estou falando. Essa empresa subitamente se tornou o paraíso corporativo. — Ele deu um passo mais perto. — Sou Damon. Damon Montserrat. Seu novo chefe, ao que parece.
Meu sangue gelou.
Damon Montserrat.
O nome bateu como um tapa. Thomas men