Parte 10...
Elena
Elena
Acho que não morri. Ainda não.
O mundo ao meu redor era um borrão nebuloso de dor e confusão. Cada respiração era uma luta, meus pulmões queimavam como se ainda estivessem envoltos na fumaça espessa que havia engolido o armazém.
A dor nos meus músculos, nas costelas, em cada articulação do meu corpo, era tão intensa que parecia que até mesmo o mais leve movimento iria me despedaçar.
Tudo estava turvo, fragmentado, como se a realidade fosse um sonho ruim do qual eu não conseguia acordar.
Tentei abrir os olhos, mas a luz, mesmo que fraca, me fazia recuar, fechando-os rapidamente. Meu corpo inteiro tremia com uma mistura de medo, exaustão e me sinto quente, acho que uma febre que se alastrava por mim como um fogo lento e implacável.
A sensação de estar flutuando entre a consciência e a inconsciência me deixava à beira da náusea. Não conseguia discernir o que era real ou fruto da minha imaginação desesperada.
— Vicky…
O nome escapou de meus lábios rachados como