Reescrevendo o Destino: Nunca Mais Vou Te Amar
Reescrevendo o Destino: Nunca Mais Vou Te Amar
Por: KarenW
Capítulo 1
POV de Isadora

Cassian estava esparramado na minha cama como um anjo caído, meio consciente, a camisa amassada e os dedos estendidos na minha direção, murmurando meu nome com a voz arrastada de quem bebeu demais.

— Isadora? — Ele murmurou, os olhos mal abertos. — Por que está tão longe de mim?

O som da sua voz, tão familiar, tão dolorosamente íntimo, fez meu peito apertar.

Congelei.

Era isso. O momento em que tudo deu errado na minha vida passada.

Cassian sorriu, lento e preguiçoso, enquanto puxava os botões da camisa.

— Vamos, Isadora.

Ele parecia o pecado e a tentação, e tudo o que eu costumava desejar.

Mas agora eu sabia melhor. Não me aproximei. Em vez disso, dei um passo para trás.

Na minha vida passada, Damian, meu irmão, tinha me entregado aquele copo de uísque naquela noite com um sorriso cúmplice. Ele sabia que eu tinha uma queda por Cassian, seu perigoso e intocável amigo mafioso.

Ele serviu uma bebida para Cassian. Disse ser para deixá-lo mais solto.

— Se ele não te ama… — Damian sussurrou. — Qual o problema de uma noite só?

Naquela época, eu era ingênua. Acreditava que Cassian e eu éramos o par perfeito.

Ele era o rei implacável do mundo da máfia. Eu era filha do mais poderoso magnata dos cassinos de Manhattan.

Juntos, poderíamos ter dominado Nova York.

Então, segui o plano do meu irmão, me deixei levar pela fantasia de que Cassian realmente me queria. Deixei que ele me beijasse, que suas mãos deslizassem sob minhas roupas.

Uma noite. Foi tudo o que bastou. Uma noite levou a uma gravidez. E então, uma proposta apressada do sempre honrado Cassian.

Achei que o amor cresceria a partir da responsabilidade. Que ele viria a me amar como eu o amava.

Mas Cassian partiu no dia em que dei à luz. Desapareceu por longos cinco anos.

Quando finalmente voltou, não estava sozinho. Trouxe Alessia, seu primeiro amor, seu para sempre, aquela por quem nos abandonou.

Ela me odiava. Odiava nosso filho, Leo.

Ela lhe deu uma escolha: ela ou nós. Mas antes que ele pudesse escolher, ela desapareceu.

E Cassian ficou. Achei que ele nos escolheu, escolheu estar com nosso filho. Então, fingimos ser uma família perfeita.

Até o sexto aniversário de Leo. Estávamos na estrada, a caminho do jantar. Os freios falharam. O carro girou. Fumaça. Gritos.

Cassian saiu. E trancou a porta atrás de si.

Foi quando percebi que ele nunca me perdoou pelo desaparecimento de Alessia. Nunca me amou. Não de verdade.

De volta a este momento. Recebendo uma segunda chance de algum deus cruel, observando minha vida desmoronar.

E desta vez, eu não iria desperdiçá-la.

Eu daria a Cassian exatamente o que ele queria: Alessia.

Encontrei o celular dele e rolei até ver o nome dela. Apertei para ligar.

— Alessia? Cassian está desmaiado no meu quarto. Está bêbado. Você deveria vir buscá-lo.

Cassian se mexeu na cama, murmurando algo que não consegui entender.

...

Quinze minutos depois, Alessia entrou no meu quarto como uma tempestade de salto alto: olhos semicerrados, rosto pálido de suspeita.

— Todo mundo sabe que você suspira por Cassian há anos. — Ela disparou, braços cruzados como um desafio. — Ele está na sua cama. Sozinho. No seu aniversário. E, em vez de seduzi-lo, você me chamou? O que está tramando, Isadora? É realmente tão virtuosa... ou está armando alguma coisa?

Eu não tinha paciência para os dramas dela.

— Não há tempo para sua paranoia. — Disse friamente. — Cassian está bêbado e inconsciente. Tire-o do meu quarto. Não me importa se o arrasta para casa ou o joga em um táxi. Mas tenho certeza de que você não gostaria que ele acordasse na cama de outra mulher, não é?

Alessia me lançou um olhar afiado como uma navalha, mas não discutiu. Caminhou até ele e passou o braço de Cassian sobre seu ombro, lutando com o peso dele. Eles chegaram ao corredor antes que ele desabasse como uma árvore caída.

— Ele está muito bêbado. — Ela bufou. — Vamos ficar no quarto de hóspedes.

— No final do corredor, à esquerda. — Murmurei. — Fiquem à vontade.

Contanto que seja Alessia, disse a mim mesma. Então tudo será diferente desta vez.

— Ajude-me a levantá-lo. — Alessia ordenou. — Não consigo carregá-lo sozinha.

— Claro. — Respondi baixinho e fui ajudá-la.

Cassian mal conseguia se manter em pé entre nós.

Quando finalmente o colocamos na cama de hóspedes, Cassian caiu de bruços com um gemido suave. Seu terno ainda estava impecável. Nem um fio de cabelo fora do lugar.

— Você nem tentou beijá-lo, não é? — Alessia arqueou uma sobrancelha enquanto ajeitava a blusa. — Nem sequer deu uma provadinha?

Engoli em seco.

— Ele é todo seu agora.

Saí antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa.

Momentos depois, o som abafado de beijos ecoou pelo corredor. Depois, gemidos. Risadas. O inconfundível farfalhar dos lençóis.

Congelei. Disse a mim mesma que não me importava mais. Mas os sons ainda me feriam por dentro.

Agulhas. Pequenas, invisíveis, perfurando minha determinação.

Corri.

Não olhei para trás.

Aproveite sua noite com ela, Cassian, pensei.

Eu a devolvi para você. Exatamente como sempre quis.

...

Subestimei os efeitos do uísque.

Quando cheguei à rua, minha cabeça girava e meu estômago dava nós.

Então vieram os saltos cambaleantes e a visão turva. Parei na esquina, agarrando um poste para me equilibrar.

O bairro era desconhecido, sombrio e desgastado. O único prédio com luzes acesas era um clube de strip-tease com o letreiro RUBY piscando em neon vermelho.

Elegante.

Verifiquei meus bolsos. Sem celular. Apenas algum dinheiro. Sem Damian para ligar pedindo resgate. Brilhante.

Entre o beco suspeito e o clube de strip, escolhi o mal menor.

Lá dentro, o Ruby era escuro, esfumaçado e pulsava com o baixo. A música vibrava através das minhas costelas. Caminhei até o bar, desviando de corpos e brilhos espalhados.

— Água? — Perguntei ao barman, piscando para ele. — Ou algo não alcoólico?

Ele me deu um sorriso lento e divertido.

— Você está no lugar errado para isso, querida. Mas espere um pouco, vou verificar nos fundos.

Assenti, agarrando o balcão para não cair.

Tentando encontrar um assento, tropecei perto de uma cabine. E caí direto no colo de alguém. Um colo muito caro, muito masculino.

Ele parecia limpo demais para estar ali. Camisa abotoada, jaqueta escura, queixo afiado. E, deus me ajude, ele era lindo.

— Eu... desculpe. — Murmurei, meio atordoada. — Você trabalha aqui?

— Sim. — Ele se ajustou ligeiramente, suas calças frias contra minhas pernas nuas. — Está sozinha? Quer que eu ligue para alguém?

— Não. — Respondi rapidamente. — E então, sem pensar, pressionei meus dedos contra sua boca. — Hoje é meu aniversário. Não quero ir para casa ainda...

Seus olhos se levantaram para os meus, escuros, indecifráveis e devastadoramente intensos. Então, com uma gentileza surpreendente, ele afastou minha mão de seus lábios.

— Você esteve bebendo a noite toda, Isadora? — Ele perguntou, voz baixa, quase íntima.

— Você me conhece? — Pisquei os olhos, tentando me sentar mais ereta e obter uma visão melhor dele. A sala girou, e meus lábios, sem aviso, colidiram com os dele.

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