Tristan não sentia cansaço. O peso nos ombros não vinha da viagem, nem das batalhas vencidas dias antes. Era outra coisa — algo escuro, denso, pulsando em cada músculo. Ódio. Um ódio que queimava de dentro pra fora, como se quisesse devorar o mundo inteiro.
A vila estava diante dele. As casas de pedra, as mesmas que um dia ele protegeu com espada em punho, agora pareciam inimigas. Cada janela fechada, cada porta trancada… cúmplices. Traidores, todos eles. Nenhum tinha levantado a voz. Nenhum tinha impedido. Se ela sangrou, se ela chorou, foi com o silêncio de todos ao redor.
Uma sentinela no alto da torre mal teve tempo de tocar o sino antes de uma flecha atravessar sua garganta. O som abafado de seu corpo caindo despertou a vila com o gosto metálico do terror.