— Como assim foi a Ada quem te trouxe? — pergunto lambendo o dedo depois de passar manteiga na torrada.
Pedi um café da manhã reforçado pra repor as energias depois de tanto trepar.
— Isso mesmo. Ela bateu na minha porta e dizer que eu fiquei surpresa seria um eufemismo.
Esperava que tivesse sido a minha mãe, talvez até mesmo o meu pai. Mas jamais esperaria que a Ada fizesse isso.
— Isso é estranho. — falo com os lábios franzidos.
— Ela parecia... sei lá, diferente. Não que eu a conheça muito bem, mas não acho que aquele seja o comportamento normal dela.
— E não é. — tomo um pouco de café e ela sorri ao ver, pois sabe que essa não é minha bebida favorita — Deve ser por causa dos hormônios.
Levanto os olhos pra ela e a vejo de cabeça baixa, mordendo os lábios. Não é preciso ser gênio pra saber no que ela está pensando.
— Ellen? — pego sua mão e ela olha pra mim — Está tudo bem entre nós?
— Está.
Ela fala com um sorriso lindo, mas não me convence. Acho que não convence nem a ela mesma.