Julieta respirava entrecortadamente, tentando controlar o medo que a invadia. Não sabia o que havia acontecido com Isabel, mas temia o pior. A preocupação por sua amiga se misturava com o horror por sua própria situação. Olhou para um dos homens que a vigiavam e tentou fazer contato visual, buscando algum vestígio de humanidade.
—Preciso ficar sozinha —pediu, esperando alguma resposta compreensiva— vão embora.
—Não conte com isso, bonequinha —o homem mal levantou o olhar antes de responder com frieza.
Os outros dois que acompanhavam Sergei se limitaram a ignorá-la, e logo começaram a falar em russo, acreditando que ela não entenderia. No entanto, Julieta era poliglota, um talento que devia à educação rigorosa de sua juventude. Entendia cada palavra, e o que ouvia fazia a bile subir em sua garganta.
Os homens falavam dela como se fosse um objeto, lançando obscenidades com desprezo, descrevendo tudo que pensavam fazer com ela quando o chefe lhes desse permissão para "se divertir". Se