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Raventon: A Maldição da Bruxa
Raventon: A Maldição da Bruxa
Por: Aurora Drick
Capítulo 1 – A Chegada da Bruxa

A névoa em Raventon parecia viva naquela noite.

Era espessa, fria e pesada como os segredos que dormiam sob as pedras da cidade. Cada passo de Brianna Silver sobre o asfalto úmido soava como um feitiço antigo sendo sussurrado outra vez. Seus cabelos escuros estavam presos em uma trança bagunçada, e os olhos cinzentos examinavam cada detalhe ao redor com precisão quase felina. Ela não estava ali a passeio. Estava em busca de respostas. E vingança.

A rua principal da cidade era silenciosa demais para uma sexta-feira. Aparentemente, os moradores aprendiam cedo a respeitar o cair da noite. Havia lendas — claro — sussurradas entre taças de vinho e lençóis quentes. Falam de lobos que andavam como homens. De olhos que brilhavam no escuro. De bocas que seduziam... e matavam.

Brianna não se assustava com essas histórias. Ela era uma delas.

Entrou na pensão onde havia reservado um quarto, recebendo da senhora idosa que a atendeu um olhar desconfiado. “Você devia saber que não é lugar pra moça bonita ficar sozinha”, disse, entregando a chave de ferro.

“Não estou sozinha”, respondeu Brianna, com um meio sorriso. “Só estou... incompleta.”

Subiu as escadas sem olhar para trás.

Horas depois, na floresta do lado leste de Raventon...

O vento rosnava entre os galhos. Era uma noite de lua crescente — a pior para quem precisava manter o controle.

Peter Caravano sentia o cheiro antes mesmo de ver o vulto entre as árvores. Era um cheiro difícil de descrever — quente, picante, com algo de terra molhada e canela. Uma bruxa. E poderosa. Seu corpo inteiro entrou em alerta, como se a fera sob sua pele tivesse acordado com o desejo de correr... ou de caçar.

Quando ela apareceu na clareira, seu coração quase falhou.

— Está me seguindo? — perguntou Brianna, cruzando os braços. A voz era suave, mas cheia de espinhos.

— Não. Mas talvez devesse. — A voz dele era rouca, profunda, o tipo que vibra nos ossos. — Você não pertence a essa floresta.

— Nem você — ela rebateu, encarando-o de frente. — Mas ao menos eu não estou farejando ninguém.

Peter sorriu, e naquele instante, ela viu. Os olhos dourados, o maxilar tenso, a forma como os dedos se curvavam como garras. Um lobo em pele humana.

— Tem coragem, bruxinha — murmurou ele, se aproximando.

— Tem ideia do que acontece quando subestimam uma Silver? — Ela girou o pulso, e uma faísca púrpura brilhou entre seus dedos.

Peter parou. O ar ao redor dos dois pareceu ficar mais denso. Por um momento, o silêncio reinou, carregado de tensão e eletricidade. E algo mais.

Desejo.

Brianna sentiu. Um calor crescente subindo do ventre, não causado por magia. Peter também sentiu — a besta dentro dele ronronava. Mas nenhum dos dois avançou.

Ainda não.

Ela virou-se com um movimento fluido, deixando o cheiro de sua magia no ar.

— Cuide para não se perder em mim, lobo. — E desapareceu entre os galhos.

Peter ficou ali por um tempo, imóvel, lutando contra o instinto que gritava para segui-la. Havia algo nela... algo que o chamava. E que o assustava.

Em outro ponto da cidade...

Klaus Kemmerson observava da varanda do casarão de pedra. Tinha visto a chegada dela. Sentido a perturbação no tecido da noite. Brianna Silver. O nome vibrava em seus pensamentos como música negra.

Ele sabia quem ela era. Ou achava que sabia.

Um copo de cristal em mãos, vinho tinto que escondia o sangue que de fato saciava sua sede. Os olhos vermelhos analisavam cada gesto dela com precisão calculada. Ele já tivera bruxas antes. Já provara sua magia, sua carne, sua alma.

Mas ela...

Ela era diferente.

E ele a teria.

Custe o que custasse.

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