O tombo tinha machucado bastante. Doeu tanto que somado à chuva e ao frio, fazia todo o corpo de Deirdre tremer. Mas, a jovem não queria ceder e desanimar, por isso, conteve a vontade de chorar. Quando estava na prisão havia aprendido que suas lágrimas eram inúteis.
A chuva parou de cair sobre Deirdre e uma voz gentil de mulher disse:
― Você está bem? Você está sozinha na chuva. O que está acontecendo? ―
Deirdre se virou na direção da voz e a mulher ficou atordoada, perguntando, surpresa:
― Você não pode ver? ―
Os olhos de Deirdre eram desfocados e vazios, o que era um sinal óbvio de uma pessoa cega. A mulher não pôde deixar de suspirar. O que uma pessoa cega fazia sozinha na chuva e à noite?
― É quase inverno e o tempo hoje não está muito bom. Está muito frio. O que a trouxe aqui nas montanhas? ―
Antes que Deirdre pudesse responder, alguém chamou a mulher e ela atendeu. Então, enfiou um guarda-chuva nas mãos de Deirdre.
― Sinto muito, eu preciso ir. Acredito que vo