Caleb Evans e Ayala Green são opostos que se atraem. Ele, marcado por um passado cheio cicatrizes que ainda o perseguem. Ela, a luz que ele nunca soube que precisava. Unidos por um amor que desafia a lógica, os dois enfrentam um inimigo inesperado: os segredos que Caleb tentou enterrar. Quando a mãe de Caleb ameaça e coloca Ayala na mira de um perigo iminente, os dois são empurrados para um jogo de mentiras, corridas ilegais e chantagens. Entre adrenalina e paixão, Caleb luta para proteger Ayala, enquanto ela descobre que também precisa ser a fortaleza que ele nunca teve. Em meio a escolhas impossíveis e um amor que queima intensamente, Caleb e Ayala precisam decidir até onde vão para salvar um ao outro — e a si mesmos.
Ler maisAyala Green
Dizem que a primeira paixão a gente nunca esquece, e hoje eu tenho certeza disso. Eu era apenas uma garota de doze anos quando tudo começou, cheia de sonhos e expectativas, vivendo um dos momentos que até então só conhecia nos livros que devorava em segredo. Naquele dia, eu estava no meu quarto, absorta na melodia de "One Less Lonely Girl" de Justin Bieber, quando ouvi a voz do meu pai chamando meu nome. — Ayala, venha para a sala! Quero te apresentar algumas pessoas. Suspirei, interrompendo minha música favorita e me perguntando quem seriam essas "pessoas" que ele queria que eu conhecesse. Saí do meu refúgio, ainda com a cabeça nas nuvens, imaginando que algo mágico estava prestes a acontecer, como nos romances que tanto adorava ler. Ao chegar à sala de estar, o mundo ao meu redor pareceu parar. Lá estava ele: Caleb Evans. O cabelo escuro caía desordenado sobre sua testa, e seus olhos da mesma cor transmitiam uma seriedade que eu não entendia, mas que me fascinava. Havia algo em seu semblante — um meio sorriso discreto que parecia conter segredos. Ele era mais alto do que eu, alguns anos mais velho, e, naquele instante, meu coração deu um salto que eu não soube explicar. — Ayala, essa é Cristiny, minha nova namorada — anunciou meu pai, sorrindo. — E este é o filho dela, Caleb. Eles vão morar conosco a partir de hoje. Eu deveria ter me sentido surpresa ou, talvez, até desconfortável com a ideia de dividir minha casa com completos estranhos, mas a verdade é que, na minha mente adolescente e romântica, aquilo parecia o início de uma grande aventura. Eu imaginava que, com Caleb morando ali, tudo se encaixaria como em uma daquelas histórias onde a garota tímida e o garoto misterioso se apaixonam inevitavelmente. Mas, com o passar dos dias, percebi que a realidade era bem diferente. Caleb era um garoto fechado, quase inacessível. Ele passava a maior parte do tempo trancado em seu quarto, e quando não estava na escola, preferia ficar sozinho. Raramente trocávamos palavras, e cada tentativa minha de aproximação era recebida com um silêncio quase impenetrável. No entanto, eu sentia seus olhos em mim quando achava que eu não estava olhando. E, por mais que ele me frustrasse, eu não conseguia evitar me sentir atraída pelo mistério que ele representava. Foi apenas duas semanas após a mudança que o nosso primeiro contato mais próximo aconteceu. Eu estava na sala, terminando meu dever de casa, quando a porta da frente bateu com força, anunciando a chegada de Caleb. Ele entrou bufando, com o rosto marcado por um corte no supercílio e um lábio inchado. Seus olhos estavam furiosos, mas ele tentou passar por mim sem dizer nada. Meu coração se apertou com a visão de seu rosto machucado. Sem pensar muito, fui atrás dele. — Caleb, você está bem? — perguntei, tentando soar preocupada, mas sem invadir seu espaço. — Tá — ele respondeu seco, enquanto se jogava na cama de seu quarto, me encarando como se eu fosse um incômodo. Sem me deixar abalar pelo tom rude, entrei no quarto com passos hesitantes. O ar estava carregado de tensão, mas, mesmo assim, me aproximei. Toquei seu rosto suavemente, avaliando o machucado. — Você está ferido. Deixa eu te ajudar — pedi, determinada. Ele não respondeu, apenas assentiu com um movimento quase imperceptível. Corri até o meu quarto e peguei o kit de primeiros socorros que minha mãe sempre mantinha à disposição. Quando voltei, ele estava deitado, os olhos fixos em mim. Com um movimento lento, ele abriu as pernas e me puxou pela cintura, me posicionando entre elas. Minha respiração acelerou, e eu tentei ignorar o calor que subiu até minhas bochechas. Concentrei-me em tratar dos seus ferimentos, aplicando o antisséptico com delicadeza. A cada toque, ele apertava minha cintura, os olhos nunca desviando dos meus. Eu não sabia ao certo o que estava acontecendo entre nós, mas havia uma energia palpável que parecia mais intensa do que a simples troca de palavras poderia explicar. — Já terminei — sussurrei, quase sem ar, tentando afastar a sensação de borboletas no estômago. Antes que qualquer coisa pudesse acontecer, a porta do quarto se abriu bruscamente. Noah, o melhor amigo de Caleb, entrou sem cerimônia, claramente surpreso ao nos encontrar naquela posição. — Foi mal, cara. Não queria interromper — disse ele, com um sorriso nervoso. — Só vim ver como você estava depois da briga. Sem dizer nada, Caleb se levantou e saiu do quarto com Noah, deixando-me sozinha. Fiquei ali, tentando entender o que acabara de acontecer. Aquela noite, pela primeira vez, sonhei com ele. Em meus sonhos, nos beijávamos, e os sentimentos confusos que eu já nutria por ele pareciam mais intensos e claros. Os dias passaram e, mesmo com o silêncio de Caleb, eu comecei a perceber o quão difícil sua vida era. Cristiny, sua mãe, parecia sempre estar em um estado constante de irritação, descarregando sua frustração nele por qualquer motivo. Não havia carinho ou afeição em seus gestos. E, mesmo quando eu tentava oferecer apoio ou um pouco de conforto, ele erguia uma barreira intransponível. Os únicos momentos em que ele deixava essa armadura cair eram quando estava machucado, e eu me oferecia para cuidar dele. De algum jeito, esses momentos se tornaram nossos. Quatro anos se passaram assim. Meu pai, aos poucos, foi se tornando a figura masculina que Caleb parecia respeitar, mesmo que com uma distância segura. Mas então, em uma noite que começou como qualquer outra, tudo mudou. Eu estava no meu quarto, me preparando para dormir, quando ouvi os gritos vindos da sala. Espiei pela porta e vi meu pai e Cristiny discutindo acaloradamente. Caleb apareceu atrás de mim, os olhos mais cansados do que nunca. — Ayala, não é seguro você ficar aqui. Vamos — disse ele, com a voz mais suave que eu já havia ouvido. Ele me puxou pela mão até seu quarto e, pela primeira vez, se permitiu sorrir levemente. Ligou o videogame e começamos a jogar. Por alguns minutos, tudo pareceu normal, como se o caos lá embaixo não existisse. Na manhã seguinte, desci as escadas para encontrar Cristiny com malas prontas e Caleb ao seu lado, os ombros tensos. Meu pai estava tentando convencê-la de algo. — Cris, pense bem. Deixe Caleb comigo. Eu cuido dele — dizia meu pai, com um tom que soava quase como um apelo. — Álvaro, ele é meu filho! — ela respondeu, cheia de raiva, enquanto apertava os dedos nas alças da mala. Caleb se aproximou de mim, os olhos escuros fixos nos meus. Ele colocou uma mão no meu rosto e sorriu tristemente antes de sussurrar: — Você cuidou bem de mim todos esses anos, boneca. Agora é minha vez de me virar. Sem outra palavra, ele se virou e seguiu Cristiny porta afora. A imagem dele indo embora ficou marcada na minha mente, um adeus silencioso que carregava o peso de todos os momentos que nunca tivemos. E assim, ele desapareceu da minha vida, deixando para trás um vazio que só cresceria com o tempo. Foram três longos anos até que Caleb reaparecesse, trazendo consigo todos os sentimentos que eu tentara, em vão, enterrar.Ayala Green O sol mal começava a despontar no horizonte quando acordei, ainda envolta no calor dos lençóis bagunçados e no cheiro inconfundível de Caleb. Meu corpo doía em lugares que denunciavam o quão intensa havia sido a noite passada—não só pela paixão, mas pela tensão, pelo medo e pelo peso da verdade que agora pairava entre nós.Caleb se mexeu atrás de mim, seu peito nu colando em minhas costas enquanto sua mão deslizou preguiçosa pela minha cintura. Ele respirou fundo, o nariz roçando na minha nuca antes de murmurar, a voz rouca e sonolenta:— Bom dia, boneca.Senti um arrepio descer pela espinha, tanto pelo apelido quanto pela ternura no seu tom.— Bom dia, baby. — Sussurrei, virando ligeiramente o rosto para fitá-lo. — Precisamos comer, estou faminta.Ele riu baixinho, os olhos ainda pesados de sono, mas havia algo a mais neles—preocupação.— E precisamos conversar também.Engoli em seco. Eu sabia exatamente sobre o que ele queria falar.— Eu já imagino que seja sobre ontem.
Caleb Evans O cheiro de borracha queimada e gasolina paira no ar, misturando-se ao burburinho da multidão aglomerada ao redor da pista improvisada. Mas nada disso prende minha atenção como a garota à minha frente.Seus olhos estão carregados de fúria e preocupação, e logo atrás dela, Jenkins me observa com aquele maldito sorriso divertido, dando de ombros como se dissesse “se vira”.Arqueio uma sobrancelha para ele, esperando que faça alguma coisa, mas ele simplesmente se mantém no lugar, assistindo como se aquilo fosse um espetáculo.— Boneca, vai para casa. Lá a gente conversa. — minha voz sai firme, mas sei que não vai adiantar.— Não. Vamos conversar agora! — ela rebate, cruzando os braços, a expressão cheia de desafio. — Para que isso, Caleb? Quer testar o quão frágil é a droga da vida?Franzo a testa, confuso com a intensidade da acusação.— Claro que não! Eu só precisava de grana, ok?— Podia ter me falado.Solto uma risada seca, sem humor.— Para quê? Para você dar uma de Mul
Ayala Green No sábado à noite, estacionei o carro na frente da casa de Martina e bufei, já me perguntando se essa era mesmo uma boa ideia. Mas minha intuição gritava que Caleb ainda não tinha me contado tudo, e eu precisava tirar essa história a limpo. Mal tive tempo de mandar uma mensagem avisando que cheguei, porque a porta da frente se abriu com tudo, e Martina surgiu animada, seguida por Jenkins, que parecia menos empolgado. — Operação Espião do Caleb está oficialmente em andamento! — Martina anunciou, jogando-se no banco do carona com óculos escuros enormes, mesmo sendo noite. Jenkins, que veio atrás, olhou para mim e levantou uma sobrancelha. — Você realmente arrastou minha garota pra essa maluquice? Revirei os olhos enquanto ele se acomodava no banco de trás. — Primeiro, ela quis vir. Segundo, você tá aqui, então não vem bancar o sensato. — Eu só vim porque eu sabia que se eu não viesse, vocês iam fazer merda sozinhas — ele rebateu, cruzando os braços. Martina riu e b
Ayala Green Os dias estavam passando rápido, e meu relacionamento com Caleb nunca esteve tão bem. Passávamos grande parte do nosso tempo livre juntos, e cada momento ao lado dele parecia reforçar ainda mais nossa conexão. Na faculdade, o pessoal do time e das líderes de torcida já havia se acostumado com a gente. Os olhares curiosos e cochichos discretos haviam diminuído, e até mesmo os beijos no ar que Caleb me dedicava após cada touchdown eram recebidos com risadas cúmplices em vez de surpresa. Mas, apesar dessa fase leve e feliz, algo me inquietava. Nos últimos fins de semana, Caleb desenvolveu um hábito estranho. Sempre que a noite caía, ele saía sorrateiro, como se não quisesse ser notado. Eu fingia não perceber, mas a verdade era que cada vez que a porta se fechava atrás dele, um incômodo se instalava no meu peito. Ele voltava horas depois, sem cheiro de álcool, sem vestígios de festa, sem o sorriso fácil de alguém que se divertiu. Apenas retornava, calado, e se enfiava na ca
Ayala Green A sexta-feira chegou mais rápido do que eu esperava, e o estádio estava lotado. As arquibancadas vibravam com a energia dos torcedores, o som das bandas e dos gritos de incentivo para os jogadores. O time dos Lions estava em campo, prontos para a partida mais importante da temporada. E, é claro, Caleb estava brilhando como sempre. Da lateral do campo, junto com as líderes de torcida, eu tentava me concentrar nos gritos e nas coreografias, mas minha atenção sempre acabava nele. Caleb parecia ter nascido para estar ali — os movimentos rápidos, a força, a estratégia. Cada vez que pegava a bola e corria pelo campo, eu prendia a respiração, meu coração batendo no mesmo ritmo frenético do jogo. No último quarto, com o placar apertado, veio a jogada decisiva. O quarterback lançou a bola, e Caleb correu como um raio, desviando dos adversários até cruzar a linha de touchdown. O estádio explodiu em comemoração. Gritos, assobios, aplausos — todo mundo comemorava a pontuação qu
Ayala Green Martina ainda resmungava ao meu lado enquanto eu rabiscava um esboço no caderno, mas minha mente estava muito longe dali. Para ser mais específica, estava presa em um certo running back de sorriso sacana e olhos que me faziam esquecer até o próprio nome. Droga, Caleb. Suspirei, forçando-me a prestar atenção no professor, mas meu celular vibrou sobre a mesa, e uma notificação apareceu na tela. Caleb: Tô tentando me concentrar na aula, mas a única coisa na minha cabeça agora é você sussurrando que tem fetiche em mim. Mordi o lábio, contendo um sorriso. Eu: Se concentra, baby. Eu também tenho fetiche em você de advogado, e quero ver você brilhar no jogo de sexta. A resposta veio em segundos. Caleb: Mais algo para me desconcentrar. Aliás, se eu ganhar, o que eu ganho? Revirei os olhos, já prevendo onde isso ia dar. Eu: O orgulho de saber que é o melhor do time? Caleb: Boneca, eu quero um incentivo melhor. Meu rosto esquentou. Como aquele homem conseguia
Último capítulo