Phillip não conseguia registrar as vozes ao seu redor quando Jason e Eduardo entravam em ação, limpando metodicamente o bolo destruído. Sua mente estava presa em um limbo de pensamento.
A ameaça não era mais uma possibilidade distante e iminente.
Estava aqui.
Olhando-os na cara.
Deixando sua mensagem distorcida na forma de lâminas de barbear. Sua respiração era superficial e irregular. O nome que lhe vinha à cabeça era impossível.
Emma.
Ela o fizera desviar o carro naquela noite. Ele se lembrava, a forma como os nós dos dedos dele ficaram brancos no volante, a curva fechada quase os jogando na contramão. O grito estridente dela. O puro terror em sua voz. E então... o fim.
Disseram a ele que ela morreu no impacto.
A lembrança o atingiu como um maremoto. Mas não foi a dor que o revirou, foi o gosto amargo da traição.
Porque antes daquela noite, ele a havia flagrado. De novo. Em um beco, enrolada no mesmo cara com quem a encontrara antes, mãos entrelaçadas, lábios murmurando segredos des