ALEXANDER HAMPTON
Apesar de minhas negativas, nesse momento eu encarava um espeto de madeira contendo três escorpiões negros, brilhantes e, aparentemente, crocantes.
Eles pareciam me encarar de volta, com seus ferrões curvados em um desafio póstumo.
— Não. — repeti, pela terceira vez, balançando a cabeça. — Lizzy, isso é um aracnídeo. Isso tem veneno. Isso tem casca. Isso não é comida, é um erro da natureza que alguém decidiu fritar.
Lizzy estava ao meu lado, segurando o próprio espeto com uma naturalidade perturbadora e ela riu.
— O veneno é neutralizado pelo calor, Alex. É pura proteína. Crocante e salgadinho. — Ela balançou o espeto na frente do meu rosto. — Vamos lá. Você disse que poderia viver perigosamente comigo.
— Perigosamente significa que posso pular de bungee jump, não comer o elenco de um filme de terror. — Recuei um passo. — Você primeiro.
— Ah, não. — Ela negou com a cabeça, um sorriso astuto curvando os lábios. — Regra de parceiros: pulamos juntos. Nesse caso, comemos