O silêncio da manhã foi quebrado pelo som insistente do telefone. Desde o amanhecer, a mansão Monteiro parecia tomada por uma tensão invisível. Mariana descia as escadas com passos firmes, já de robe, quando viu o filho no escritório, com o celular colado à orelha e o rosto transtornado.
— O quê? — Vicente rugiu, levantando-se da poltrona. — Como assim cancelaram o contrato?
Do outro lado da linha, a assistente de marketing tentava manter o tom calmo.
— Senhor, são três marcas até agora. Elas alegam que não querem se associar à imagem do Grupo Monteiro até que o escândalo se esclareça.
— Esclareça? — Ele riu, mas sem humor. — O que há para esclarecer?
— Senhor… — ela hesitou — também há devoluções. Muitos clientes estão pedindo reembolso de peças caras, alegando que não querem usar joias “manchadas por adultério”.
O copo de uísque voou contra a parede. O estilhaço do cristal se espalhou pelo carpete.
Mariana entrou apressada, o rosto pálido. — O que está acontecendo?
Vicente passou a