Querido Ceo Arrogante
Querido Ceo Arrogante
Por: Annysantos
Capítulo 1

Sarah

Tento ignorar, mas o barulho insuportável do meu celular continua tocando sem parar.

Mexo o braço, tateando até encontrar o celular ao meu lado na cama. Dormi com ele ali mesmo, depois de passar boa parte da noite jogando e assistindo série.

— Meu Deus, quem é que tá me ligando a essa hora? — resmungo, pegando o celular ainda sonolenta, os olhos quase sem abrir.

— Chicletinha… — escuto a voz da minha amiga Mia do outro lado da linha.

— Por que você tá me ligando agora? — resmungo, ainda com a voz arrastada de sono.

— Liguei pra avisar que vou me atrasar um tiquinho pra gente se encontrar depois do trabalho… Minha tia me chamou e eu vou ter que dar uma passadinha lá rapidinho. Eu sei, eu sei que você odeia quando eu faço isso — mas juro que é coisa de 20 minutinhos! Não me mata, tá? Te compenso com fofoca, docinho ou um elogio bem exagerado, do jeitinho que você gosta.

— Tudo bem… mas precisava me ligar agora? — resmungo, passando a mão no rosto.

— Peraí… você ainda tá na cama?Aquele arrogante finalmente te deu uma folga?? Aleluia, né? Já tava achando que você tinha virado patrimônio da empresa! Aproveita bem, porque vai que ele muda de ideia e te chama até pra trabalhar nos feriados

Reviro os olhos.

— Claro que não. Ainda é cedo, quero voltar a dormir — falo, me jogando de volta na cama.

— mulher… já são 07:48. Você perdeu o horário ou tá querendo perder o emprego mesmo? Porque assim, do jeito que você tá tranquila, parece que pediu demissão no sonho e esqueceu de avisar a seu chefe

Ela fala, e eu finalmente me dou conta. Me levanto num pulo, olho o horário no celular… e sim. 07:48.

EU ESTAVA FERRADA. EU SÓ TINHA 12 MINUTOS PRA ME ARRUMAR.

— O QUÊ??? 07:48??? EU ACHEI QUE ERA CINCO DA MANHÃ!!! MEU DEUS DO CÉU, EU TÔ FERRADA! Eu só fechei o olho um pouquinho… como assim o mundo andou e eu fiquei??? AAAAAAH, por que ninguém me acordou?? Eu vou ser demitida, é isso. Acabou pra mim! — falo desesperada.

Me levanto da cama correndo, ainda com o celular no ouvido.

— CARALHO, POR QUE VOCÊ NÃO ME AVISOU ANTES?! — grito, procurando minha toalha no meio da bagunça que é meu quarto

— Como eu ia saber criatura? Você nunca se atrasa, sempre chega cedo parece até que é você que abre aquele lugar

Não tenho tempo pra discutir com ela agora. Desligo o celular e o jogo em cima da cama, já imaginando ela me xingando por isso.

Acho minha toalha e vou direto pro banheiro escovar os dentes. Me olho no espelho e quase tenho um treco: meu cabelo castanho está completamente bagunçado, e meus olhos esverdeados, vermelhos e inchados de sono. Mas não tenho tempo pra “apreciar” esse desastre.

Termino de escovar os dentes às pressas e entro no chuveiro, tomando o banho mais rápido da minha vida. Saio me secando correndo e pego as primeiras peças de roupa que encontro pela frente: uma saia vermelha e uma camisa social branca de botões.

Faço um coque rápido, calço meus saltos pretos e… corre, Sarah. Corre.

Corro diretamente para o elevador do prédio do meu apartamento, desesperada, mas paro assim que vejo a placa pendurada bem no centro da porta de aço.

“EM MANUTENÇÃO - DESCULPE PELO TRANSTORNO. RETORNAREMOS EM BREVE.”

Droga, droga, droga! Hoje com certeza não é o meu dia.

Olho para as escadas de emergência, aquelas malditas escadas cinzas e estreitas, imaginando o quanto vou ter que descer. Sétimo andar. Sete andares. De salto. Correndo. Respiro fundo, solto um suspiro sofrido e começo a descer, o mais rápido que consigo.

Os degraus parecem multiplicar. A cada lance de escada, minha respiração fica mais pesada. Maldita academia que eu vivo adiando. Meus saltos ecoam entre as paredes de concreto como um aviso de desespero.

Depois de alguns minutos descendo aquelas escadas que pareciam infinitas, meu Deus, finalmente chego ao térreo. Apoio uma mão no peito e outra nos joelhos, respirando ofegante.

Mas não tenho tempo pra me recuperar.

Endireito o corpo e apresso o passo, saindo do prédio. Passo correndo pela portaria e vejo seu Carlos, o porteiro, sentado em sua poltrona de sempre, tomando café e folheando um jornal velho.

— Bom dia, seu Carlos!— digo, quase sem fôlego.

— Bom dia, menina Sarah. Perdeu a hora hoje, hein? — responde ele, franzindo a testa e me observando com aquele olhar de pena misturado com julgamento.

Dou um sorriso sem graça, aceno e corro pra rua, rezando pra aparecer um táxi. Vários passam, todos ocupados. Alguns sequer diminuem a velocidade. Estico o braço desesperada, mas nada.

Que merda! Olho o relógio: 08:22. Eu tô muito atrasada. Tô ferrada.

Em dois anos trabalhando na Fisher & Blanc Architecture, sempre dei meu máximo pra nunca me atrasar nem um dia. Eu sabia muito bem da fama do meu chefe com atrasos e faltas. Ele não tolera esse tipo de coisa. Claro que não. Aquele insuportável não tolera nada.

Depois de alguns minutos torturantes, finalmente consigo um táxi. Entro rápido, quase tropeçando.

— Bom dia, moço! Por favor, Fisher & Blanc Architecture, centro! O mais rápido que o senhor conseguir! — peço, fechando a porta atrás de mim.

— Senhorita, se eu acelerar mais do que já acelero, a gente vai voar — reclama ele, com uma expressão azeda.

— Eu não me importo se a gente decolar, só me leva rápido, por favor! — respondo, aflita.

Ele suspira irritado mas acelera. E como se o universo quisesse me castigar ainda mais, pegamos um pequeno congestionamento logo na entrada da principal avenida.

Meu nervosismo cresce. Fico me mexendo no banco, roendo as unhas, encarando o relógio no braço como se isso fosse mudar algo. Quando finalmente chegamos, já são 08:50.

Quase uma hora atrasada. Eu tô completamente ferrada.

O táxi para em frente ao grande prédio de vidro espelhado, moderno e imponente. A fachada da Fisher & Blanc Architecture brilha com a luz do sol da manhã. Pago a corrida, entrego o dinheiro e o taxista me encara com uma sobrancelha arqueada, ainda irritado.

— Fica com o troco — digo, forçando um sorrisinho nervoso.

Ele encara o dinheiro, depois me encara… e sua expressão suaviza.

Sou rica pra ficar dispensando troco? Claro que não. Mas naquele momento, só o que importava era entrar logo naquela empresa.

Corro até a entrada principal, passo pelas grandes portas de vidro, e o segurança da recepção, me lança um olhar daqueles que dizem: “Querida, você tá ferrada.”

— Bom dia, Gabriel — digo rapidamente.

— Bom dia, Sarah — ele responde, com um sorrisinho discreto e cúmplice.

Sigo em frente, cruzando o saguão. Passo por vários colegas da recepção e dou acenos apressados, tentando manter a dignidade. Mas é impossível não notar que todos me olham da mesma forma. Aquela cara de quem sabe que você tá lascada, mas tá ansioso pra ver o circo pegar fogo.

Subo no elevador. Aperto o botão do meu andar várias vezes, como se isso fosse fazê-lo funcionar mais rápido. O botão pisca calmamente, me desafiando.

— Vai merda,vai, vai… — murmuro, nervosa.

Finalmente, o elevador sobe. Quando chego ao meu andar, ajeito a saia, respiro fundo e dou o primeiro passo.

Todos me olham. Quase ao mesmo tempo. Como se uma sirene silenciosa tivesse anunciado minha chegada.

E então… eu tropeço. E caio.

— Ai! — solto, me apoiando no chão, sentindo o rosto queimar de vergonha.

Escuto risos abafados. E o pior deles vem de Emma, minha rival no trabalho. Aquela que nunca perde a chance de me humilhar. Ela cobre a boca com a mão, os olhos brilhando de diversão.

Emma tem cabelos loiros platinados, lisos e sempre impecáveis. Usa um blazer rosa claro e uma saia justa que parece feita sob medida. Salto alto, maquiagem perfeita, perfume caro. Uma boneca corporativa. E venenosa.

Levanto com raiva, lanço um olhar furioso pra ela e caminho rapidamente até minha mesa. Passo por Bella, minha colega, que me olha assustada.

— O que aconteceu? Você tá muito atrasada! — sussurra, preocupada.

— Depois eu te explico — respondo, ainda tentando recuperar a compostura.

Ela me observa, ainda sem entender, mas volta a digitar no computador. E eu estou prestes a sentar na minha cadeira quando escuto uma voz que me paralisa:

— Senhorita Miller.

Congelo. Engulo seco. Viro lentamente.

— Na minha sala. Agora. — diz Kevin Fisher, meu chefe.

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