Cap.111
Selene narrando
Os dias na empresa fluíam com uma calmaria enganosa. Eu sentia os olhos de Adon sobre mim constantemente — um escudo invisível que filtrava cada pasta trazida por Cíntia, cada ligação externa, cada nova atividade. Sempre que Cíntia se aproximava com algo diferente, Adon interceptava, fazia uma ligação rápida e, logo depois, lançava um olhar de ameaça para alguém que eu nunca via. Eu não tinha a mínima ideia com quem ele falava sempre que ela se aproximava.
Era um controle silencioso, mas, pela primeira vez na vida, aquela vigilância não me sufocava. Pelo contrário, dava-me chão e dias de trabalho mais tranquilos, com atividades adequadas e sem surpresas.
Ao cair da tarde, minha rotina ganhava tons de caos e risadas com Átila e Axel. Entre um soco no saco de areia e uma piada de Axel, eu estava, aos poucos, endurecendo a pele e ganhando confiança.
Fazia alguns dias que eu não via as meninas. Mandava mensagens apenas para avisar que estava viva, sempre acompanhad