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Quando o Silêncio Gritou, Meu Alfa Desenterrou Meu Corpo

Quando o Silêncio Gritou, Meu Alfa Desenterrou Meu CorpoPT

História Curta · Contos Curtos
Margot  concluído
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Índice

Quando a Lycotoxina me deixou paralisada, presa a uma cama e à beira da morte, meu companheiro alfa usou o antídoto que eu encontrei para salvar a sua antiga paixão. Desesperada, supliquei por apenas uma gota, só mais três dias de vida, e eu encontraria outra cura. Mas ele me olhou com desprezo, rugiu comigo: — Juliana está à beira da morte, e você ainda tem coragem de fingir estar doente? Guarde esse ciúme patético pra você e pare de me decepcionar! A seu comando, fui trancada, esquecida. No fim, a Lycotoxina me matou. Ao saber da minha morte, meu alfa perdeu o controle e desenterrou o meu corpo com as próprias mãos.

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Capítulo 1

capítulo 1

Fui amarrada a uma maca de ferro na ala pública de tratamento, olhando pro teto, esperando a morte chegar.

Aquela era uma zona médica entre vários clãs, sempre cheia de gente indo e vindo. Mesmo assim, ninguém parava por mim.

Eu sabia que, no quarto ao lado, meu alfa estava ao lado da Juliana, acariciando-a com todo o cuidado.

Por dentro, parecia que meu corpo pegava fogo. A Lycotoxina devorava meus órgãos como uma fera faminta. Minha loba, ela havia rompido o elo comigo muito antes, incapaz de suportar tamanha dor.

E, ainda assim, o único antídoto capaz de me salvar foi levado para o quarto ao lado.

Minha respiração foi ficando mais rasa, meu corpo mais gelado. Até que nem os olhos consegui mover. E aí, meu coração parou de bater.

A última coisa que ouvi foi o som de comemoração vindo da outra sala. Significava que Juliana havia se curado da Lycotoxina. E o preço? A minha vida.

Não era justo!

Uma força estranha me arrancou do corpo. Eu já não era mais carne, era algo invisível, um espectro que atravessava paredes.

Inclinei metade do meu corpo para o quarto ao lado — e lá estavam eles. Renzo, meu alfa, abraçado com a sua antiga paixão. Ele a envolvia com carinho e beijava sua testa com ternura.

Meu coração já não batia, mas a dor da traição continuava latejando, mais viva do que nunca.

Meu companheiro. Meu alfa. A alma que o destino ligou à minha.

Eu só queria perguntar, enquanto eu agonizava nessa maca, à beira da morte, ele se preocupou comigo por um único instante?

A resposta era óbvia.

Nunca.

Pra salvar Juliana, Renzo mobilizou quase todo o clã atrás do antídoto. No fim, só eu consegui encontrá-lo.

Mas pra não atrapalhar o tratamento dela, ele mandou arrancarem as ervas da minha mão à força. Depois disso, me trancaram, e não importava o que eu dissesse, ninguém me escutava.

Na cabeça dele, eu só estava fingindo estar envenenada, fazendo cena pra não entregar a cura e deixar Juliana morrer.

Eu tentei me defender, implorei pra que chamassem o curandeiro como testemunha. Mas Renzo usou sua autoridade e tirou o direito dela de praticar a cura.

— Não quero um mentiroso no posto de curandeiro. — Disse ele, frio, cortante.

Como alfa, ele tinha poder absoluto. Diante dele, eu não tinha como reagir.

Quando a Lycotoxina começou a me devorar por dentro, eu me encolhia de dor, revirando no chão. Minha loba tremia no meu peito, assustada. Eu sentia que estava falhando com ela.

Sem mais saída, usei o elo mental pra implorar:

— Renzo, eu juro que nunca mais vou te contrariar. Se errei, foi por não entender você. Por favor, me dá só um pouco do antídoto. Eu juro que consigo encontrar mais, mas agora, eu vou morrer!

Como luna, eu nunca tinha me rebaixado tanto. Nunca tinha falado com ele daquele jeito, me arrastando pelas palavras.

Achei que, se eu me submetesse de vez, se aceitasse as culpas que ele jogava sobre mim, talvez — só talvez — ele se lembrasse dos nossos cinco anos juntos e me desse uma chance.

Mas eu estava errada.

Renzo soltou uma risada seca, cruel. A voz dele parecia possuída por algo sombrio:

— Para de mentir. Você se aliou ao curandeiro pra acabar com a Juliana. Enquanto eu estiver vivo, não vou deixar você tocar um fio de cabelo dela!

— Essas palavras bonitas são só pra ganhar tempo. Acha que encontrar o antídoto te inocenta? Não. Tudo o que você fez com a Juliana, vou cobrar, um por um, quando ela se recuperar.

— Nem pense em morrer agora. Só vai morrer quando a Juliana olhar nos seus olhos e te perdoar. Antes disso, nem a morte vai te livrar de mim.

Meus lábios se abriram, buscando qualquer palavra. Mas nada saía. Só um suspiro fraco escapou do meu peito. Eu já não tinha forças nem pra negar.

A Lycotoxina já estava atacando meu sistema nervoso. A destruição era questão de minutos.

Renzo não se importava com meu silêncio. Cego de raiva, gritou com desprezo:

— Você me dá nojo!

Depois disso, não importava o quanto eu tentasse, ele nunca mais respondeu pelo elo mental.

A sala mergulhou num silêncio fúnebre. Eu podia ouvir o estalo seco dos meus ossos se rompendo, e junto com eles, o amor que eu ainda nutria por meu alfa se despedaçou de vez.

O olhar que ele lançava sobre mim agora era o mesmo que se daria a um monstro imundo.

Mas eu lembrava de quando ele me marcou pela primeira vez. Ele me abraçou devagar, me beijou atrás da orelha, roçou o nariz no meu pescoço com ternura.

Disse que eu era a loba mais linda do mundo. Que queria passar a vida inteira comigo como sua luna.

Disse que eu era um presente dos deuses, a pessoa mais importante da sua vida. E que jamais deixaria de me proteger.

Mas todas essas promessas viraram pó diante da Juliana.

Inclinei o corpo invisível e vi quando Renzo separou os lábios dos dela. Ele acariciou seus cabelos e encostou o ouvido em seu peito, buscando o som do coração.

— Que a Deusa da Lua seja louvada. Meu amor, você sobreviveu mesmo. — Disse ele, com os olhos vermelhos, visivelmente exausto por noites sem dormir.

E eu? Eu fui além da exaustão. Eu estava morta.

Juliana mordeu o lábio inferior e murmurou:

— Sim, eu nem acredito que sobrevivi. Me desculpa por ter te deixado tão preocupado. E a Liana? Ela ainda está com raiva de mim? Eu queria tanto pedir desculpas pessoalmente...

Ela puxou o lençol para sair da cama, e até esse gesto a fez ofegar. Na minha cabeça, aquilo tudo era uma encenação barata. Ela forçava uma fragilidade que já não colava mais.

Mas Renzo não duvidou nem por um segundo. Cobriu-a de novo com cuidado, sorrindo com aquele ar de puro encantamento:

— Isso não foi culpa sua. Você é boa e suave demais, por isso sempre foi alvo dela. Não se preocupe, vou ordenar que ela venha aqui se desculpar com você.

Uma omega que estava por perto, ajudando com os cuidados, olhou o casal com os olhos brilhando de sonho:

— Vocês são perfeitos juntos. Se um dia eu tiver que vir parar na ala de cura, tomara que meu companheiro fique do meu lado assim, a noite inteira.

Ela claramente entendeu tudo errado sobre os dois.

Juliana corou e abaixou a cabeça. Renzo hesitou, parecia prestes a explicar alguma coisa, mas acabou engolindo as palavras.

A omega, perdida em seus próprios pensamentos, mudou de expressão. A admiração sumiu, dando lugar a um suspiro cansado:

— A garota do quarto ao lado foi bem mais infeliz. Ficou sozinha o tempo todo. E quando morreu, ninguém nem ligou.

Renzo fez uma expressão de piedade.

Eu não sabia o que passava pela cabeça dele. Será que ele entendeu que a omega estava falando de mim?

Mas, mais uma vez, minha esperança virou poeira.

— Uma pena. — Disse ele apenas, com um suspiro, como se comentasse uma notícia distante.

Claro. Pensei, com um riso amargo.

Ele estava tão concentrado na Juliana que nem sabia que eu estava morrendo bem ali do lado.

E esse era o alfa que eu, tola, tinha amado como se fosse o único.

Renzo logo se esqueceu do assunto. Disse que ia buscar os remédios da Juliana.

No caminho, passou pela minha sala de tratamento — onde agora jazia meu corpo.

O curandeiro já o havia coberto com um lençol. Só um braço permanecia de fora, esticado na posição em que eu tinha me debatido nas últimas dores.

Segurei o fôlego.

Naquele braço ainda havia a cicatriz da vez em que salvei Renzo, me jogando entre ele e uma fera selvagem. Ele veria?

Renzo olhou rapidamente para dentro da sala. Balançou a cabeça com pena e seguiu seu caminho, passando direto pelo meu quarto de morte.
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Flavia Braz
história repetida cheia de ódio e violência
2025-05-29 10:07:59
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