Helena saiu pelas portas do hospital, o sol refletia em sua pele como se quisesse lembrá-la de que o mundo ainda existia — e que havia vida além da dor.
O céu estava de um azul quase insolente, e o vento que soprava leve parecia acariciar-lhe o rosto como um consolo silencioso. Fechou os olhos e respirou fundo. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu o ar preencher-lhe os pulmões completamente, sem as amarras de uma vida que já não era sua.
Seria aquele o primeiro sopro da liberdade?
O celular vibrou em sua mão. A tela acendeu com uma notificação. Silvia.
“Está vendo? Mesmo com você sangrando, ele preferiu a mim. Ele sempre vai preferir a mim!”
Helena encarou a mensagem por alguns segundos. Nenhuma lágrima, nenhum tremor. Apenas um riso breve escapou, leve e quase doce — o riso de quem finalmente entendeu.
Bloqueou a tela sem hesitar, guardou o telefone na bolsa e ergueu a mão para chamar um táxi.
O caminho até em casa pareceu mais longo do que nunca, e ao mesmo tempo, curto dema