Ela…
Os dias que se seguiram à minha queda foram um teste de paciência.
Klaus continuava em seu ciclo interminável de cuidados silenciosos, como um fantasma que flutuava entre os limites do acampamento, realizando tarefas para garantir minha sobrevivência, mas sem dirigir uma palavra sequer a mim.
Era insuportável.
Meu tornozelo latejava menos a cada dia, mas minha frustração aumentava na mesma proporção.
Havia algo quase cruel na forma como ele lidava com a situação.
Ele fazia o necessário, mas sem demonstrar qualquer emoção ou vulnerabilidade.
Era como se estivesse me punindo e, ao mesmo tempo, tentando se redimir por algo que eu não compreendia.
— Você vai continuar agindo assim? — perguntei uma noite, enquanto ele trocava as amarrações da minha tala com a precisão que só um médico como ele poderia fazer.
Ele não respondeu.
Apenas ajustou o nó e se levantou, indo até a fogueira para reavivar as brasas com um graveto.
— Isso é ridículo, Klaus! — eu gritei, a irritação