Ela…

A noite chegou mais fria do que o normal.

O vento trazia consigo um uivo que parecia sair das profundezas do mar, um som que ecoava como um aviso.

Eu estava deitada no meu saco de dormir improvisado, tentando encontrar algum calor, quando ouvi passos.

Sabia que era ele, Klaus.

Ele tinha se aproximado mais cedo, mas não trocamos mais nenhuma palavra desde aquela conversa ao pé da fogueira.

Agora, parecia hesitar, seus passos indo e vindo, como se estivesse travando uma batalha consigo mesmo.

Eu não tinha energia para lidar com ele.

Não naquela noite.

Tudo o que queria era descansar, esquecer a realidade por algumas horas.

Mas Klaus não era do tipo que deixava algo passar despercebido.

— Hayla… — Sua voz me alcançou, rouca e baixa.

Abri os olhos, vendo sua silhueta contra a luz da lua.

Ele parecia ainda mais abatido do que antes, os ombros curvados, as mãos enfiadas nos bolsos.

Não respondi.

Apenas esperei.

— Você estava certa — Ele deu um passo à frente.

— Eu… Eu não q