Ela…
A brisa fresca da manhã entrava pela grande janela da minha sala, trazendo consigo um cheiro sutil de café recém-passado que muito provavelmente vinha do apartamento de algum dos meus vizinhos.
Eu estava sentada no sofá, distraída com os pensamentos que insistiam em me atormentar desde a noite da festa.
Ainda doía lembrar do que vi, mas a dor já não era tão mordaz. Era apenas um incômodo persistente, como uma ferida que estava cicatrizando devagar.
Foi nesse instante que ouvi a campainha.
Franzi a testa, sem esperar visitas.
Achei estranho, os seguranças não me chamaram.
Me levantei devagar, cruzando a sala em passos hesitantes, e espiando pela câmera do interfone.
Lúcio.
Autorizei sua entrada.
Assim que chegou, abri a porta e ele me recebeu com um sorriso amigável.
— Espero que você ainda me aceite como amigo — ele disse, levantando um café para mim — Trouxe um suborno.
Não pude evitar um pequeno sorriso ao p