LEONARDO RIZZI NARRANDO.
ITÁLIA.
Acordar se tornou uma tortura. O peso da cama, que antes era um lugar de descanso, agora parecia uma âncora me prendendo ao vazio. A cada manhã, o mesmo pensamento ecoava na minha cabeça: Rafaella está morta, e tudo é culpa minha. Não consegui salvá-la, não consegui protegê-la, e agora estou afundando em um abismo do qual não consigo escapar.
As semanas desde que recebi aquela foto, desde que vi o corpo de Rafaella sem vida, foram um borrão de álcool, cigarros e dor. Não há um momento sequer em que eu não sinta o gosto amargo da perda na minha boca. A única coisa que me faz continuar é a raiva, uma raiva surda e constante que me consome de dentro para fora. Raiva de Rocco, por tê-la tirado de mim. Raiva de mim mesmo, por ter sido fraco, por não ter visto o que estava acontecendo antes que fosse tarde demais.
Os negócios, antes tão meticulosamente controlados, estão desmoronando. Cada dia que passa, mais coisas saem do meu controle. Cargas são intercep