LAURA
Saí à procura de alguém para nos atender e avistei uma mulher escorada no balcão de costas para mim. Ela vestia um tailleur preto, que combinava perfeitamente com o seu coque apertado no alto da sua cabeça e os belíssimos saltos envernizados no pé.
— Com licença. Você pode me ajudar? — chamei a sua atenção tocando sutilmente o seu ombro.
Ela se virou encolhendo os seus ombros e fazendo uma careta, deixando claro o repúdio pelo toque. O seu olhar crítico deslizou dos meus olhos até os meus pés e voltou para meu rosto, encarando-me com arrogância. Nos seus lábios um sorriso cínico se formou.
— Você realmente precisa de ajuda. Mas aqui não temos nada que vá dar certo para você, queridinha.
— Como é? Não entendi — disse um pouco exaltada, sentindo uma raiva se acumular em mim pela forma que me tratou e encarou.
— Não trabalhamos com tamanhos especiais e também acho que não temos nada na promoção.
Olhei para o fundo da loja e vi que outra atendente dava assistência a uma senhora com