118. Que Seja a Segunda Opção
As batidas hesitantes na porta me tiram dos pensamentos. Respiro fundo e, quando abro a porta, é como se por um momento não fossemos nós.
Diferente das outras vezes, Mia não se joga nos meus braços. Ela mantém os braços cruzados, como se quisesse se proteger.
— Entra — digo, dando espaço para ela passar.
Ela hesita por um momento antes de entrar, parando no meio da sala. A tensão em seus ombros, o modo como suas mãos tremem… tudo nela grita confusão.
— Quer beber alguma coisa?
— Não — sua voz sai baixa. — Acho melhor irmos direto ao assunto antes que alguém me veja aqui.
Estreito os olhos e a encaro, tentando entender esse medo repentino. Precisando encontrar um resquício de calma para não assustá-la, caminho até o bar no canto da sala e me sirvo uma dose de whisky.
Através da parede espelhada, observo Mia ainda imóvel, o olhar perdido, os dedos brincando nervosamente na barra da saia…
Giro o copo nas mãos antes de levá-lo à boca, como se quisesse me preparar para a conversa que vem p