Natália pegou o relógio, que estava bem conservado, exceto pela pulseira de metal que havia oxidado um pouco devido ao tempo, sem quase nenhum outro arranhão.

Seu ressentimento por Rodrigo cresceu mais uma vez. Se até um estranho conseguia manter um objeto da sua mãe tão bem preservado, aquele desgraçado do Rodrigo merecia morrer sozinho e abandonado.

O ponteiro do relógio havia parado, provavelmente por falta de bateria.

Isaac, vendo Natália perdida em pensamentos, falou:

- A bateria acabou, depois eu levo para a relojoaria trocar e vai funcionar normalmente.

- Não precisa, é uma lembrança da minha mãe, quero guardar assim, bem conservada. - Natália guardou o relógio. - Obrigada, tia.

A mãe de Isaac olhou para ele, seu rosto sempre amável parecia agora coberto por uma sombra de melancolia.

- Você é muito educada. Depois do que seu pai fez, a família Ramos também passava por dificuldades financeiras e não pôde te ajudar. Há anos me sinto culpada, como se tivesse falhado com a su