O sol começou a descer atrás das montanhas quando os primeiros lobos começaram a enfeitar o jardim. Uma semana havia passado desde a fuga, e agora a Dentes de Prata respirava alívio e festa. O ar cheirava a flores e vinho, a grama estava coberta de pétalas brancas, e tochas cercavam o espaço com uma luz quente que contrastava com o frio suave da noite que se aproximava.
A alcateia parecia viva outra vez.
Melia observava tudo da janela do quarto, o coração batendo rápido, o vestido claro com bordados dourados deslizava pelo corpo, delicado demais para o que ela estava acostumada, a pedra da lua no colar brilhava com a luz que atravessava o vidro. Os cabelos escuros estavam soltos, caindo em ondas sobre os ombros, e as mãos tremiam sem que ela conseguisse controlar.
— Respira, Luna — disse Juno, rindo, enquanto ajustava uma fita no cabelo dela. — Se continuar assim, vai desmaiar antes de dizer “sim”.
— Eu tô tentando — respondeu Melia, com a voz trêmula. — Não sei por que tô tão nervos