O salão todo pareceu prender a respiração.
A loba prateada plantou as patas no mármore, o pelo em pé, o rosnado ecoando por toda parte fazendo as paredes tremerem, a aura de poder dela era inconfundível. Aquilo não devia acontecer, havia mata-lobos demais no sangue dela. Servos e generais se entreolharam como se precisassem que outro dissesse “eu também estou vendo” para acreditar no que estava acontecendo ali. E ainda assim, lá estava ela: viva, feroz, olhos como luas brilhantes, desafiando qualquer um a tentar domá-la e falar.
— Impossível… — sussurrou o sacerdote, dando alguns passos assustados para trás.
— Segurem! — gritou um capitão, mas os pés ficaram colados.
Smaill mudou primeiro. O ruído grosso de osso contra osso tomou o salão, o corpo se expandiu, cresceu, rasgou a roupa num segundo que pareceu uma eternidade. O lobo ruivo caiu de quatro no chão, colossal, boca aberta num rosnado brutal e cruel.
“Fica quieta!” a voz dele entrou na mente de Melia, baixa e venenosa. “Se não