Quando Van finalmente deixou o quarto, Melia desabou.
Não houve elegância no colapso. Primeiro veio a falta de ar, aquele tipo de desespero que entra sem bater. Depois, o choro, grande, feio, daqueles que não cabem em peito algum. Ela caiu de costas, virou de lado, encolheu-se até encostar o queixo nos joelhos e ficou ali, agarrada em si mesma, balançando devagar, como quem tenta embalar uma criança que não se cala.
— Killer… — o nome saiu mastigado. — Você não pode ter morrido… Não pode ter me deixado… Foi tudo culpa minha…
As mãos tremeram até doer. A coleira pesava na base do pescoço, o couro roçando a pele, lembrando cada segundo que o rei dissera “duas semanas”. A cabeça virou um cinema que só passava uma cena: o uivo cortado na mata, o sangue, o orgulho de Van ao matar seu companheiro. A cada repetição, Melia gritava, cada vez mais alto.
O grito atravessou a cortina, o corredor, e atingiu o pátio do harém. A primeira a correr foi Juno, depois, Emma e Justine. E, como água que tra