Oito dias.
E Melia já nem contava mais.
No pátio do harém, a manhã começou agitada como sempre com as mulheres se preparando para mais um dia. Juno já andava sem mancar tanto; os pontos nas costas cicatrizavam devagar por causa do mata-lobos. Mesmo assim, ela levantava antes das outras, ajudava a carregar bacias, arrumava o que podia, ajudava as mais novas. Quanto mais ativa se sentia, melhor sua cabeça funcionava e ela evitava se entregar à tristeza.
— Segura isso aqui, por favor — pediu a uma menina, passando toalhas limpas.
Então, um grito veio do corredor de serviço, seco e rápido. Juno correu e encontrou duas concubinas que tentavam abrir uma porta emperrada; por baixo, podiam ver uma sombra se debatendo levemente.
Juno afastou as duas mulheres e se jogou contra a porta duas ou tres vezes antes dela finalmente ceder. Dentro, a luz de janela alta cortava um quadrado pálido na parede. No centro do quadrado, uma figura pendurada numa tira de lençol trançado, batendo os pés fraco e c