Em Obsidian, a escuridão era mais espessa, um silêncio de morte que grudava na pele. Melia acordou aos poucos, a cabeça latejando, os olhos pesados, o corpo tão fraco que até respirar doía. O cheiro ali era de terra molhada e sangue seco, mata-lobos e magia.
Tentou se mexer, mas as cordas e a dor não deixaram. Olhou ao redor, piscando até a visão ajustar ao breu da cela. Estava sozinha? Não, não estava, não de todo, com canto do olho captou uma sombra se movendo na cela ao lado.
O som de respiração pesada e lenta. Ela forçou a vista e viu o rapaz, mais velho do que Thomas, mais novo do que Killer, o rosto coberto de hematomas, sangue escorrendo da boca, mas os olhos ainda vivos. Ele a encarou, exausto, mas com algo diferente, uma determinação latente e firme mesmo machucado.
— Você precisa descansar… — ele falou baixo, a voz rouca, mas firme. — Daqui a pouco a bruxa volta. Quando ela se for novamente, vou tirar você daqui.
Melia mover as mãos para folgar a corda e sua cabeça rodou.
—