A noite estava tão fria que parecia cortar a pele. A fronteira entre Fogo Negro e as terras de ninguém era um corredor de árvores escuras, um silêncio pesado se arrastando entre as folhas como um aviso. Melia caminhava rápido, o bilhete queimando na memória, o coração martelando no peito. Cada passo era uma batalha entre o medo e a necessidade desesperada de saber a verdade.
Quando finalmente alcançou a clareira indicada no papel, viu uma silhueta parada à beira da fronteira, imóvel como uma sombra que esperava, paciente.
Um capuz negro, um corpo ereto, olhos brilhando por trás do tecido.
Melia sentiu o estômago revirar.
A figura virou-se devagar, como se estivesse saboreando o momento, as mãos subiram ao capuz e o puxaram para trás.
— Não… — Melia sussurrou.
Elaina sorriu.
Não um sorriso comum, mas um sorriso cheio de ódio, satisfação e algo mais sombrio: orgulho.
— Demorou, bastarda — a Luna disse, a voz doce como veneno. — Achei que o amor do seu alfinha fosse te deixar presa no qu