Walter caminhou até a porta, abrindo-a devagar, como quem não tem pressa de encerrar o espetáculo. Antes de sair, olhou por sobre o ombro e lançou um último golpe.
— Mas lembre-se, Bianca… cada vez que Fernando olhar para você, ele vai lembrar da cena que presenciou esta noite. E isso, minha querida, é uma cicatriz que nem o tempo vai apagar.
A porta bateu atrás dele, e o silêncio retornou, pesado, sufocante.
Bianca ficou ali, imóvel, com as mãos tremendo, o rosto ainda ardendo pelo choro e pela raiva. O coração parecia despedaçado, mas, ao mesmo tempo, algo dentro dela se erguia.
Ela havia perdido muito naquela noite — o pouco da confiança de Fernando que já estava muito abalada , a tranquilidade de seu lar, a segurança no emprego. Mas havia ganhado também uma certeza: jamais se curvaria a um homem como Walter.
Com os punhos cerrados e a respiração entrecortada, murmurou para si mesma:
— Eu vou lutar. Pelo Fernando .Pela minha filha. E nunca mais deixarei que um verme com