Laura parecia alheia à presença dele. Talvez soubesse que estava sendo observada — e fingia não saber. Ou talvez estivesse, de fato, apenas imersa em pensamentos. Pensamentos que ele desejava conhecer, entender, decifrar… mas que ela mantinha trancados a sete chaves.
Ele cruzou os braços, recostando-se à parede.
Não era só o corpo dela que o deixava assim — insano, faminto, inquieto.
Era o contraste.
A maneira como ela podia ser fogo e neblina ao mesmo tempo. Arder e escapar. Provocar e negar. Aquela mulher havia tomado o controle da própria história com uma força que desarmava qualquer tentativa de dominação. E talvez fosse exatamente isso que o deixava tão… preso nela.
Heitor não estava mais apenas tentando seduzi-la. Queria convencê-la. Ganhar sua confiança. Sua rendição voluntária.
E estava disposto a lutar por isso.
Ele respirou fundo, aproximando-se sem pressa. Os passos firmes, mas suaves, ecoando no chão de mármore até parar a poucos passos dela.
— Você tem noção do q