Heitor se aproximou devagar, como se ela fosse um cristal prestes a se partir. As mãos abertas, o olhar implorando por perdão, por algo que talvez já fosse tarde demais para recuperar.
— Quando vai entender que você é a única mulher que eu quero em toda a minha vida? — perguntou com a voz embargada, tentando tocar um coração que ele mesmo feriu.
Laura riu, mas sem humor, com os olhos arregalados de incredulidade.
— Eu não acredito em você. Se eu chegasse mais um pouco depois, acho que flagraria você transando com ela em sua mesa, como fazia comigo.
Heitor arregalou os olhos, surpreso com a acusação direta, mas não retrucou. O silêncio dele dizia mais que qualquer justificativa.
— Quer saber? É o que eu devia fazer! Como diz o ditado: já que levou a fama, deita na cama! — Ela cuspiu as palavras com amargura, sentindo o gosto ácido da humilhação e da dor.
— Então vai comer aquela vadia! O que está esperando ?— gritou, a voz embargada por um choro que ela se recusava a deixar