Walter abriu um sorriso satisfeito. Havia conseguido o que queria: plantar a semente da discórdia e ferir o orgulho de Fernando.
Sem dizer mais nada, Fernando respirou fundo, pegou Valentina no colo e a levou até o carro. Cada gesto dele era uma mistura de ternura e controle. Colocou a filha na cadeirinha com todo o cuidado, ajustando os cintos e acariciando de leve seu cabelo macio. A menina sorriu, alheia à tensão entre os adultos.
Depois, deu a volta e abriu a porta do carro para Bianca entrar. O movimento foi cortês, quase automático, mas a rigidez de seus músculos e o olhar sombrio denunciavam o que se passava por dentro. Assim que Bianca se acomodou, ele fechou a porta sem dizer palavra, contornou o carro e assumiu o volante.
Quando girou a chave e o motor ronronou, Fernando não olhou nem para trás nem para os lados. O semblante estava fechado, sombrio, como se cada palavra de Walter ainda ecoasse dentro dele. Os dedos apertavam o volante com força, os nós dos dedos esbran