O caminho até a empresa foi silencioso, com Laura imersa em seus pensamentos. A ideia de enfrentar Heitor, de passar o aviso prévio ao lado dele, deixava seu corpo em alerta. Sabia que teria que entrar naquela sala, respirar o mesmo ar que ele, manter a compostura... E não se deixar afetar. Só que isso parecia cada vez mais impossível.
Já no saguão da empresa, carregando uma pasta com documentos que precisava entregar, Laura avistou Charles se aproximando. Ele vinha com o sorriso fácil que usava como cartão de visita e uma postura confiante que, naquele dia, pareceu ainda mais evidente.
— Bom dia, Laura. — disse ele, com um olhar direto que fez Bianca, ao lado, lançar um olhar cúmplice.
Laura respondeu com um sorriso tímido.
— Bom dia, Charles.
— Precisa de ajuda com essa pasta? — ofereceu-se, já estendendo a mão para segurá-la.
— Está tudo certo, obrigada.
— Mesmo assim, posso acompanhá-la até o elevador. Vamos para o mesmo andar, afinal. — Ele sorriu de lado e fez um gesto pa