Por que?
Por que?
Por: Saturno
Coração de aço.

                            Por quê?

                           PRÓLOGO.

Madrugada. 02h23m

O Som dos saltos extremamente altos ecoavam pelo piso do escuro estacionamento. O sexto ou sétimo cigarro aceso daquela noite entre os dedos delicados eram levados aos lábios pintados de vermelho Sangue. Naquela noite de quinta feira, como já era de praxe, Mabel Fontana passou de todos os seus limites.

Ela cambaleou quase tropeçando sobre seus saltos e rindo sozinha. Por um instante quase deixou a bituca do cigarro cair, está que já no fim, estava prestes a queimar os seus dedos. Uma última tragada e a fumaça enfeitou o breu da noite numa mistura de preto e branco.

— Mabel...

Ela paralisou, não podia acreditar que depois de tanto tempo ela finalmente pode ouvir sua voz. E ela teve que admitir que isso mexeu consigo. Pelo tempo em que os olhos não se conectaram, que as bocas não se cruzaram, tudo deveria estar mais ameno. Afinal de contas foi um tempo considerável. Cinco meses, cincos longos meses, o equivalente a 150 dias, 3.600 horas, 216.000 minutos, 12.960.000 segundos contados. Sim, ela estava contanto.

 Além do tempo separados, agora Mabel pôde calcular o quanto estava errada. Ela definitivamente não estava pronta para vê-lo ou ouvi-lo. Na verdade ela mal poderia acreditar que ele estava ali, atrás de si, tão próximo e pronunciando seu nome, justamente o nome dela, uma reles mortal. Riu mais uma vez com aquele pensamento.

— Oliver. — Virou-se em direção ao chamado. — A que devo a honra de ter o nome de minha humilde pessoa sendo pronunciado por sua boca. E que boca, eu devo ressaltar. — Tentou ela disfarçar seu nervosismo com o sarcasmo e maliciosidade.

Ele a analisou minuciosamente engolindo em seco no processo. O vestido vermelho curto que não combinava nem um pouco com a personalidade de menina tímida ao qual ele conhecia, mas que destacava suas curvas e deixavam a mostra suas coxas torneadas.

Céus, fazia quanto tempo que ele não à via? Quatro ou cincos meses? Ele não saberia dizer. O fato é que ao prestar atenção nela por toda a noite bebendo sozinha no balcão do bar em uma das mesas do estabelecimento em que estava do lado de sua noiva, percebeu que estava diferente. Agora vendo-a tão de perto ele pôde admitir o quanto ela havia mudado e o quanto ele havia sentido sua falta. O quanto ansiava tocá-la.

Depois de sua análise percebeu que precisava dizer alguma coisa.

— Eu sinto muito, não... — Hesitou em falar. — Não era pra ter acabado dessa forma, esse nunca foi o final que imaginei para a gente.

— Depois de cinco meses você esperou me encontrar em um bar, deixar sua noiva seja lá onde ela estiver e realmente se preocupou em me seguir até aqui... — Ela indiciou com as mãos o espaço vazio do estacionamento. — Para me dizer que sente muito e que não era pra ter acabado dessa forma ? Acabado o que exatamente Oliver? Não tinha nada para ser acabado.

Eles não tinham rótulos para o relacionamento deles, se conheciam a mais de cinco anos, no começo eram apenas amigos, depois a amizade foi se aprofundando e quando viram ele estava tirando sua virgindade.

— Eu precisei fazer aquilo, assumir o compromisso — Oliver tentou se explicar.

— Tampe seus ouvidos e tente ouvir sua voz, reflita. Será que você age pelo que fala ou pelo que escuta? — Ela retrucou suas palavras com sarcasmo, insinuando que ele era uma marionete de seu pai.

Oliver andou até Mabel a passos rápidos e segurou seu braço com força a puxando e levando em direção ao seu carro. Ela dirigiu um olhar de desdém, primeiro para a mão que segurava o seu braço, depois para si. A dor e a escuridão que ele viu naqueles olhos Castanhos fizeram com que ele odiasse a si próprio por ser o causador daquele olhar tão opaco e sem vida.

Ao se aproximar do carro, eles pararam.

— E afinal, o que você quer de mim? — Ele por fim perguntou ansioso, ao mesmo tempo que apreensivo.

Era uma pergunta meio contraditória visto que havia sido ele que a tinha perseguido até aquele estacionamento. Pois Oliver sabia o que queria dar a ela, ao passo que ele também sabia o que não poderia dar.

Mabel viu em seus olhos verdes a contradição, viu em sua postura o desespero, em seu toque ela sentiu a renúncia. Assim então decidiu por facilitar as coisas. Um movimento brusco por parte dela fez com que Oliver finalmente libera-se o agarre que ele mantinha em seu braço. Ele mal pode protestar sobre a maneira bruta ao qual ela se desvencilhou de seu agarre quando as palavras dela vinheram.

— Eu queria você, mais nesse momento eu não quero nada.

 Como um soco, forte e potente. Em cada palavra ele sentia seu cansaço, completamente esgostada por lutar em uma batalha ao qual se sabe o resultado. Oliver não poderia culpa-la nem por um segundo, ela havia dado tudo de si em prol da felicidade deles, do amor deles. Ele no entanto, não merecia nem metade de tudo aquilo que ela o prometeu. 

O desespero fez com que Oliver se lançasse em sua direção com passadas rápidas para logo mais a boca do Ruivo tomar a sua de maneira intempestiva. As mãos de Mabel cederam tão rápido quanto a sua boca e logo foram parar na nuca dele. As unhas dela embrenharam-se na relva de fios rubros e macios arranhando o couro cabelo, enquanto as mãos cálidas dele seguravam sua cintura com possessão colando seus corpos.

Não havia gentileza, havia saudade e uma raiva profunda que ali não seria mais contida por ela. Havia mágoa misturada com dor e havia fome.

Mabel não queria ser amada por Oliver, ela queria ser fodida. Não queria toques carinhosos, não queria suavidade, ela queria sentir as mãos firmes e grandes passeando por seu corpo, queria rasgar suas costas e deixar vergões que demorariam a sair. Queria dor e ardor. Queria sentir que ele era real. E foi o que teve.

Oliver a ergueu por debaixo das pernas em um único puxão impiedoso e a encaixou em seu quadril. Ela riu extasiada pela sensação do pau dele crescendo entre as suas, única e exclusivamente em respeito a mulher por trás desse sorriso gostoso e sensual. Ela.

Deslizando as mãos por suas coxas e adentrando a barra do vestido, Oliver não demorou a sentir que ela estava sem calcinha.

— Você está...

— Estou. — Ela mal esperou ele completar sua fala lhe dando sua confirmação.

O vestido subiu completamente o dando uma visão privilegiada.

Os seios não estavam à mostra, mas a barriga e o umbigo apareciam, e mais que isso, os poucos pelos da vagina, a boceta se mostrava toda.

Hipnotizado, viciado, dominado pela intimidade que estava em seu campo de visão, Oliver sentiu seu pau latejar. Ela percebeu o quão perturbado ele havia ficado, viu seus olhos castanhos num relance. Cruzando com os verdes não mais que um segundo. O suficiente para mostrar o quanto ele a desejava. Sorriu, sorriso cínico, mínimo em resposta ao olhar quente e raivoso dele.

— Por que? — Ele indagou em um rosnado, não sabendo exatamente se estava disposto a ouvir sua resposta. Suposições que o enlouqueciam passaram por sua cabeça, mas ele não quis acreditar.

— Por que? Estou sem calcinha em sinal de protesto! As feministas queimaram seus sutiãs nos idos dos anos cinquenta ou sessenta, eu quis fazer o mesmo, mas com as peças de baixo. — A voz dela era como um murmúrio irônico e entrecortado, murmúrio esse que se transformou em sussurro a medida em que a boca inchada pelo beijo anterior se aproximava do lóbulo de sua orelha. Ela mordiscou ali antes de continuar. — Sim, foi para passar a noite de quinta solitária. Algo que não acontecia a muitos meses, acredite. Estou assim Oliver, porque desde que você anunciou publicamente o seu noivado, saio todas as noites para bares e boates, esses locais sempre são uma ótima ocasião para flertar.

— Você não pode...

— Não posso? — Rapidamente o cortou enquanto descia o corpo do braços do Ruivo. — Ah, Oliver. Posso sim, tanto posso como estou fazendo.

— Porquê está fazendo isso com você mesma, se destruindo dessa maneira?

— Se eu me tornei essa nova pessoa... — As mãos pequenas haviam desabotoado seu cinto e o botão de sua calça. — A culpa é única e exclusivamente sua. Você me destruiu, querido, mas você já sabe disso.

E ele sabia, no exato momento em que a mídia anunciou seu casamento com Violet Mendez, soube que a havia destruído. O pior de tudo para ela foi a covardia dele, que não ligou, não lhe deu explicação, simplesmente sumiu por longos cinco meses a deixando no escuro.

Mabel sabia que ele havia se sujeitado a isso no início por conta da pressão de seu pai. O grande Oscar Santiago queria ver seu filho com alguém de classe social elevada, e assim ela se empenhou, terminou a faculdade, enfrentou a residência e se tornou uma das melhores neurocirurgiãs do país. Ela não era nada, mas ganhou reconhecimento, fama, destaque, e aquilo que ela achou que seria preciso ganhar para enfim ser aceita no mundo de Oliver, dinheiro.

Uma infame e lerda expectativa.

Oliver continuou seguindo os dizeres do pai e hoje estava noivo da filha de um dos maiores advogados do país. Mabel viu seus esforços serem jogados no lixo, não mais sendo menosprezada por Oscar Santiago, mas pelo homem que amava.

— O mais engraçado nisso tudo... — Sem reservas abaixou a frente da calça de Oliver expondo seu membro que já duro saltou para fora sem nenhum pudor. — É que você está aí, prestes a se casar, e eu não estou dizendo ou fazendo absolutamente nada, na verdade... — Ela agarrou seu membro com força e passou a bombeá-lo com velocidade. — Eu nem ao menos tive a oportunidade de o fazer, já que você não foi homem o suficiente para me contar e fui obrigada ouvir da boca de terceiros.

Oliver estava perdido no seu próprio prazer, as palavras dela sendo processadas com menos diligência que o habitual.

— E apenas com a menção que estou dando para outros a sua maldita posse já deu sinal de vida. O qual hipócrita você ainda pode ser?

Quem era aquela mulher. Que falava tudo tão calmamente, que era sarcástica, depravada. Quem era ela? Ele já não a conhecia. E a culpa era única e exclusivamente dele.

Mabel não esperou que uma resposta saísse dos seus lábios. Não havia uma cama, então ela simplesmente destravou o carro com a chave que havia encontrado no bolso dele e o empurrou para o banco de trás.

Oliver caiu sentado, suas pernas para o lado de fora do assento e seu pau ereto fazia a boca de Mabel salivar. Para a surpresa de Oliver, Mabel se pôs de joelho em sua frente no chão frio do estacionamento, a porta aberta era um obstáculo para a visão de possíveis curiosos, então ela poderia prosseguir.

Foi com afinco que ela segurou firme no membro de Oliver. Ele a deteve.

— Mabel, espera... — Não queria que as coisas fossem daquela maneira, queria que ela o entendesse, queria pedir desculpas, mas não conseguiu fazer com que parasse. — Puta que pariu. — Gemeu revirando os olhos quando ela enfim o abocanhou.

Devagar, ela começou a menear a glande com sua língua habilidosa. Sem levantar seu corpo segurou a barra da calça dele abaixando até os joelhos, ergueu as pernas tirando tudo de uma vez, e tudo sem parar de chupar o pau de Oliver.

E ao invés dele pegá-la pela nuca para forçá-la a ir mais fundo, foi ela quem o abraçou pelas coxas puxando-o e engolindo sua rola até sentir o saco dele roçar em seu queixo. Ela de boca cheia, ele de boca aberta.

Onde afinal ela havia aprendido isso? A resposta com certeza não o agradaria.

Não demorou muito para os gemidos dele ficarem mais audíveis e seu pau começar a latejar na boca dela. Ele estava próximo e por precaução ela resolveu parar.

Girando o corpo e passando por um Oliver ainda meio desorientado pelo oral, Mabel entrou no carro e logo já estava ajoelhando-se de costas para o moreno. Apoiando suas mãos nos assentos do carro, ela empinou bem a bunda, fechando as pernas e cruzando os tornozelos. Como ele era mais alto que ela, nesta posição ficaria melhor.

Ele a observava dominar aquela transa como um mero e insignificante coadjuvante. Ela não queria enrolação, queria que ele desce a ela tudo que tinha, então assim ele fez.

Segurou-a pela cintura e a encochou, a glande tateando até encontrar o alvo. Seu corpo deixou seu pau ficar exatamente na linha de mira. Sentiu um arrepio quando o pau grosso e mediano entrou devagar arreganhando os lábios de sua vagina.

A cabeça foi degustada, mas o resto da rola ela engoliu direto empinando a bunda ainda mais e jogando-se de costas contra o ruivo que gemeu com o movimento inesperado. Afinal, naquela posição ele esperava estar no controle.

— Eu quero com força. — Ela pediu.

Mabel começou a balançar seu corpo para frente e para trás e ele pegou o ritmo acompanhando os movimentos dela. Com força aplicada em ambas as direções aquela bunda, macia e durinha, começou a estalar com o choque de cada metida.

— Isso, assim... — Ela gemeu apreciativa.

Oliver não entendia, ela parecia outra pessoa. A cada arremetida ele se perguntava, quem era aquela mulher. Não entendia qual era o objetivo de Mabel com tudo aquilo, o que ela queria mostrar a ele. Analisando-a em meio ao ato, logo obteve sua resposta, tão clara como a água, ela estava destruída.

Para Mabel aquilo não estava sendo suficiente e foi assim que ela se retirou e o puxou para que se sentasse no banco do carona. Ela se posicionou em cima dele e sentou com força. A descida brusca fez com que afundasse suas unhas pintadas de vermelho nos ombros largos de Oliver e ambos gritaram.

As respirações aceleradas e os olhos não saiam um do outro, o peito de ambos subia e descia em uma respiração ritmada, os brilhos dos olhos apagados. Mabel mal esperou seu corpo se acostumar para começar a se movimentar.

Castanhos nos verdes do começo ao fim.

Ela afundou mais suas unhas nos ombros dele e começou a descer e subir descompassadamente. Os gemidos ficaram mais altos, os sons dos sexos se chocando, o cheiro de ambas as excitações preenchendo o espaço. Mabel estava quase lá e Oliver não se encontrava diferente. Ele estimulou seu clitóris fazendo com que ela se retesasse pelo estado sensível do nervo, tomou o controle das violentas estocadas e no momento seguinte sentiu Mabel enrijecer. A vagina dela se contraiu e seu pênis começou a lutar por espaço naquela cavidade agora tão apertada. Ela estava tentando o repelir, expulsá-lo. E então a libertação veio e eles gozaram juntos, num gozo tão intenso ao qual nunca sentiram antes.

O silêncio predominou por alguns instantes, ela tinha sua testa apoiada sobre o peito dele e ele tinha seu queixo apoiado sobre o topo da sua cabeça, ambos ainda unidos refletiam. até ele quebrar o silêncio.

— Por que Mabel?

Ela riu, desacreditada, seus olhos Castanhos se inundaram de lágrimas que logo começaram a cair molhando o peito musculoso.

— Ora, porquê. Não é engraçado você me perguntar isso? Logo você que me fez assim, tão amarga e quebrada. Logo você.— Ela engasgou, seus soluços cada vez mais desesperados.— Eu aguentei calada por tanto tempo, estava na hora de seguir em frente, estava na hora de doer em você também, de rasgar em seu peito como rasgou tão profundamente no meu. Você precisava carregar essa carga depositada em meus ombros, porquê eu não conseguia mais carregar tanto amor sozinha.

Os olhos cor de amêndoas transparecendo desespero finalmente o fitavam diretamente. Oliver precisou prender a respiração para não desabar juntamente com ela.

— Você nunca vai entender o quanto é importante pra mim, mesmo...

— Então me diz. — Implorou o cortando. — Se eu sou assim tão importante para você, por que não podemos ficar juntos?

— Não podemos.

— Por que ? — Insistiu. — Você diz que não quer mais saber de mim e que não podemos ficar juntos, mais sempre dá um jeito de perguntar por mim pelos meus amigos que eu sei. Você me perseguiu até aqui depois de tanto tempo sem me explicar absolutamente nada. — Raivosa, esmurrou seu peito e ele não a impediu. — Só queria que você fosse embora de vez ou ficasse para sempre, como eu sempre quis!

Ela estava ofegante, as lágrimas caiam insistentemente e Oliver as enxugou.

— Eu não posso. Preciso fazer isso, me perdoe. — Sussurrou quando já não controlava suas próprias lágrimas.

Mabel assentiu sem mais nada a dizer, era uma luta perdida. saindo de seu colo procurou por suas roupas, não se despediu, não olhou pra trás e Oliver teve a quase certeza de que aquela seria a última vez que ele a via.

Ele socou o volante do carro com força se repudiando por ser tão covarde, se enojando de sua própria pele. Ele perdeu a mulher que amava por covardia, ele a deixou ir para viver um futuro infeliz que certamente os destruiria, e até que Mabel se reconstruísse e o superasse, aquilo a destruiria também.

— Vive a sua vida, seja feliz. — Ele sussurrou em direção a penumbra que foi por onde ela seguiu. — Vou tentar fazer o mesmo.

Três meses depois Oliver se casou, Ela estava lá, mas ele não a viu, Mabel não o permitiria. Ela esteve lá do começo até o “sim ”proferido por ele.

A cerimônia se encerrou e enquanto os recém casados seguiram em direção a festa, ela ficou parada nos degraus da escadaria da igreja, sem rumo. Não chorou, estava cansada de chorar. Ela iria tentar seguir em frente mesmo que a ferida estivesse sangrando por dentro. Nunca saberia se da parte de Oliver tudo não passou de uma paixão ou carência, mas estava convicta da certeza que ela o amou, e isso é um fato incontestável.

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