Por Contrato
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Por: Sabrina Fernandes
Prólogo

— Parabéns, é uma menina — escutei a médica em meio ao choro de Alice. O nome escolhido por meu pai, em homenagem a minha mãe, que sonhava em ter mais uma filha com esse nome.  

— Posso vê-la? — Pedi, ainda exausta por ter feito tanto esforço, mas com meus olhos cheios de lágrimas de emoção.   

Com cuidado, Alice foi colocada em meus braços, enrolada em um lençol cor de rosa já não chorava mais. Passava levemente meu polegar por sua pele fina e lisa, sorridente, vi minha filha suspirar ao sentir meu toque e um leve sorriso aparecer em seus pequenos lábios. Mesmo sendo nova, o dom de ser mãe havia chegado a mim, e ao ver o rostinho de Alice, já não sentia tanto arrependimento de ter a concebido.  

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— Finalmente vamos ter alta hoje. — Disse sorridente enquanto terminava de arrumar minha pequena bolsa. — Quero muito levar Alice para casa.  

— Claro filha. — olhei meu pai após sua resposta, não parecia tão animado quanto eu, mas sorriu, pegou a bolsa onde continha os pertences de Alice e abriu a porta para que saíssemos. — Vamos buscá-la.

Juntos, caminhamos para fora do quarto e andamos pelo enorme corredor até a maternidade que ficava logo no início, ao chegar, rolei meus olhos pelos pequenos berços a procura de Alice. O sorriso foi sumindo dos meus lábios quando percebi que ela não estava lá, senti meu coração acelerar ao notar o desespero das enfermeiras ao verem berço vazio, minhas pernas bambearam e minha visão ficou turva após ter olhado o cartão de identificação que continha na frente do pequeno berço, era o nome de Alice. Escutei apenas as bolsas que meu pai segurava caírem no chão e senti seus braços me segurarem antes que eu despencasse após perder os sentidos.  

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Às vezes, a pior dor pode ser causada por quem menos esperamos, e isso, nos leva a fazer coisas que jamais imaginamos, tudo causado por um sentimento chamado vingança. Uma simples palavra que pode mudar a sua vida, para melhor ou para pior. Tive que esperar quase cinco para descobrir a maldita verdade sobre o sumiço de Alice, eu me recusava a acreditar no que me diziam. Fui apunhalada pelas costas por quem eu menos esperava, fui enganada, ele arrancou meu coração do peito com as próprias mãos no dia em que tirou minha filha de mim.  

Tiraram dos meus braços o meu bem mais precioso, e eu sou capaz de tudo para tê-la de volta. 

— Isso é loucura Richel, não pode fazer isso. — me suplicava, sabia tamanha loucura que eu pretendia fazer, mas deitado naquela cama de hospital, estava impossibilitado de me impedir.  

— Olho por olho, dente por dente, papai!

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