Despedida

Os dias se passaram e finalmente encontramos a garota. Ela estava escondida em um celeiro e acorrentada como um animal!

Como sempre, minhas suspeitas estavam certas! A suposta amiga, sabia onde a vítima estava escondida. Armou tudo com ajuda do namorado da vítima.

Parece que a garota raptada tinha terminado com o namorado e com raiva, ele a raptou. Que gente mais louca. Jovens deviam se preocupar em viver a vida porque cada vez que o tempo passa, menos tempo resta para aproveitar tudo que a vida tem para nos oferecer.

E pior que esse caso não é o mais chocante ou aterrorizante. Todos dias recebemos denúncias de psicopatas em série capazes de fazer tudo.

Recebi um email dos Serviços militares me explicando sobre minha missão. Eu só preciso ser os olhos e os ouvidos da polícia. Vai ser difícil, mas eu acredito em mim e sei que vou conseguir!

Eles queriam que eu fosse logo, mas pedi que me dessem uma semana para me organizar. E durante esse tempo minha mãe ficou dias e noites rezando por mim para que tudo corra bem e ninguém me faça mal.

Até eu orei para que Deus ilumine os meus caminhos e olhe sempre por mim para que eu saia viva dessa missão. Parece ser algo fácil, mas qualquer erro pode levar a minha morte. Se eles descobrirem que existe um infiltrado, serei morta sem piedade alguma. Um passo em falso será suficiente para acabar com tudo.

Saí de casa à tardinha para ir buscar meus pertences na delegacia. Nesse momento estou colocando tudo dentro de uma caixa. Luca vai ocupar meu cargo de inspector, pelo menos até que eu volte.

— Boa Sorte. Nós acreditamos em ti — Ele diz colocando sua mão direita em meu ombro enquanto me fitava sereno.

— Obrigada. — Respondo e pego a caixa que estava pousada na minha mesa. Sentirei saudades do meu escritório e ainda mais da minha equipe — Cuide bem da minha sala. Não quero ver ratos quando voltar! _ Aviso séria e ele sorri de canto.

Luca pode ser o que é, mas bem no fundo ele se importa com os colegas de trabalho.

O que mais vai doer é me despedir da minha mãe. Eu a amo muito e nunca fiquei longe dela, não por muito tempo.

Ela sempre foi pai, mãe e amiga ao mesmo tempo. É a única pessoa que confio mesmo estando de olhos fechados.

Nunca tive amigos confidentes porque minha mãe sempre esteve aí disposta para me ouvir sem julgar. Eu contava tudo! Bom, quase tudo... não consegui falar para ela quando perdi minha virgindade aos 17 anos de idade com um garoto lá da escola, não tive coragem de contar a minha mãe, mas ela acabou descobrindo, afinal, mães descobrem tudo.

(...)

Mais tarde chego em casa e encontro um envelope dos correios com todos meus documentos falsos e com informações que eu precisava ler e estudar.

Antes de ir ao quarto, dou uma olhada em toda nossa casa. Vivemos cá desde que eu era pequena. É uma casa pequena e humilde, mas com muita história para contar. O sofá velho com um forro tapando os rasgões. A cozinha pequena com uma estante, geleira média e fogão à gás. A sala com pintura cor branca que desde meu pai se foi, nunca mais mudamos a cor. O chão com pisos de madeira gasta. O teto que as vezes pinga a água quando chove. A sala é pequena e únicos móveis que ocupam são a televisão, o sofá e a mesinha de centro.

A casa conta com dois quartos, o da minha mãe com suíte e o meu sem. Amo essa casa porque me trás boas memórias e consigo sentir meu pai todos santos dias.

Amanhã será o dia que vou partir para a Mansão da família Guerra. Pelo que já li sobre ele, é que é um homem cruel e sem escrúpulos nenhum. Ele mata e destrói vidas de pessoas inocentes sem dó algum. Aqui diz que seu principal negócio é venda de armas de fogo e tráfico de Drogas ilícitas.

Minha missão será encontrar aqueles que estão envolvidos em seu esquema e arrecadar o máximo de provas para o incriminar. A polícia tem conhecimento do que ele faz, mas só nos faltam provas.

— Seja o que Deus quiser... — Sussurro para mim mesma e ajoelho-me ao pé da cama e com o meu terço na mão, começo a orar em intersecção da Ave Maria.

Dia seguinte

Acordo cedo e pronta o que tiver de vir . Antes de tomar um duche, faço 50 flexões de mão no chão para diminuir o estresse que estava sentindo. Termino de fazer as flexões, faço minha higiene matinal e enquanto me olhava no espelho, decido mudar meu Look. Pego em uma tesoura e faço um corte em meus cabelos, deixando-os curtos até o ombro. Não ficou perfeito, mas dá para o uso.

Arrumo minha mochila com calças e blusas — são o único estilo de roupa que tenho, porém, vou precisar comprar novar para me vestir do personagem. Dificilmente uso vestidos e os que tenho minha mãe foi quem comprou.

Coloco na mochila tudo que provavelmente vou precisar e saio do quarto já pronta.

— Figlia! — Minha mãe diz de mãos abertas vindo até mim para me abraçar. Eu continuo parada onde estou e recebo seu abraço com muito carinho — Eu vou sentir saudades — Ela diz se afastando e segura meus braços enquanto olha para mim com lágrimas nos olhos — Quando mudou o corte? — indaga confusa

Sorrio — Eu também vou sentir saudades mamã. — Falo emocionada, são essas horas que eu preciso me controlar para não chorar — Melhor eu me apressar mãe.

— Claro! Eu preparei um lanche para você comer.— Diz se afastando e caminhando até a cozinha. Minha mãe é assim, não me deixa sair sem a primeira refeição do dia.

Toc, Toc, Toc. Eu ia me sentar na mesa da cozinha, mas ouço a baterem a porta e vou ver quem é...

Abro a porta e vejo um homem alto e corpulento vestido com os trajes de militar. Seu rosto estava sério e seu maxilar trincado. Ele é loiro e seus olhos são acinzentados. Ainda com bigode e barba por fazer.

— Saudações Cara! — Ele diz colocando sua mão na testa, em forma de cumprimento militar. — Venho em ordem do Comandante para buscá -lá — Ele falava com o rosto erguido evitando contacto visual comigo.

— Certo! — Digo firme. Viro o rosto e grito dizendo — Mãe! Eu já vou!

— Mio Dio! Mas já!? — Minha mãe pergunta vindo até nós correndo — Por que o senhor não fica para comer? — Ela pergunta para o meu ex colega militar. Me viro e faço sinal colocando meu dedo nos lábios para que fique calada.

Me viro novamente e sorrio forçado. Ele olha para minha mãe ainda com o nariz empinado, queixo erguido e diz :

— Aceito de bom grado!— Ele diz e minha mãe sorri de orelha a orelha.

Entramos em casa e eu não parava de olhar no Homem alto e corpulento que estava em casa. Nunca me tinha sentido nervosa ao lado de um Homem. Afinal, convivi durante anos ao lado de vários.

— Me diga seu nome Rapaz. — Minha mãe fala quebrando o silêncio enquanto comemos.

— Enrico De Santis — Ele responde com um sorriso rápido que desaparece na velocidade da Luz. Ele dá breves tossidas e pergunta educadamente — E a Senhora?

— Dona Griselda. Sou viúva, solteira e se quiser podemos criar laços. — O homem se engasga ouvindo a minha mãe e fico envergonhado.

Minha mãe tinha que ser tão inconveniente? Por isso nunca gostei de trazer cá meus namorados. O primeiro que apresentei a ela perguntou se seu pai é Viúvo ou não.

— Melhor irmos já! — Falo me levantando e o homem assente enquanto bebe água para parar de tossir.

— Foi bom tê-lo aqui. — Minha mãe fala pra Enrico — Pela próxima terei a honra de preparar um Café mais decente.

— Não haverá próxima mami, até porque ele só veio aqui em missão. — Falo e minha mãe arregala os olhos bufando. Ela acha que sou a chata.

— Com a sua Licença — Enrico diz pra minha mãe fazendo uma reverência rápida.

— A vontade... — Minha mãe responde flectando pra ele com os olhos.

— Adeus mãe! — Dou-lhe dois beijos da bochecha e sem dizer mais nada, sigo até a porta.

— Que Deus acompanhe você minha filha! Tem minha bênção! — grita enquanto saímos. Fecho a porta e digo a Enrico :

— E agora? — Falo com o rosto erguido pra conseguir olhar em seu par de olhos atraentes.

— Agora você escreve a sua história...— Ele diz sério e assinto determinada.

Eu só vou precisar entrar na Mansão, ser espiã e conseguir recolher provas para incriminar Ettore.

— Você consegue Pietra— Sussurro para mim mesma.

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