Grace
Três Meses Depois…
Abandonar o próprio país e fixar residência em terras desconhecidas não costumava ser tarefa simples, ao menos era isso que a maioria afirmava.
Contudo, eu sentia que vivia o auge da minha existência. A cada noite, adormecia com o roteiro do dia seguinte gravado na memória e, ao despertar, me entregava ao propósito de superar-me.
Esse ritmo contrastava com as noites em que eu me deitava chorando ou revivia mentalmente os rostos que marcavam a minha história, apenas para abrir os olhos imaginando qual seria o próximo golpe que me atingiria.
Eu já não vagava pelos mesmos cenários, enxergando-me sempre no mesmo ponto, escapara por completo daquele círculo vicioso.
De tempos em tempos, a lembrança da perda ainda ressoava, mas já não tinha força para paralisar-me. Passei a aceitar a nova vida, ciente de que o passado ficara para trás de maneira irremediável. A mudança de ambiente fizera-me bem.
— O que você quer? — Perguntou Celine com a voz sempre animada.
— O de s