Eu suspiro pesadamente quando ela me dirige essa pergunta, e demoro mais do que gostaria para responder, afofando seu travesseiro e remexendo em suas cobertas enquanto faço de tudo para encontrar a resposta certa para essa pergunta.
Porque parece que existe uma resposta certa, como se fosse um daqueles jogos que fingem te dar escolhas, mas tudo é uma grande mentira.
Elisa sabe que estou adiando a minha resposta, mas ela fica quietinha enquanto me observa com seus grandes olhos escuros, ansiosa e curiosa ao mesmo tempo.
-Ele é alguém que sua mãe conheceu há muito tempo, e agora quer fingir que não conhece mais.
-Por que você quer fingir que não conhece mais? Mentir não é errado?
Pelo visto eu dei a resposta errada, pois ela conseguiu rebater muito melhor do que eu gostaria.
-Sim, mentir é errado, mas nesse caso não é uma mentira. Eu estou fazendo de conta e usando minha imaginação.
-E por que você imaginaria esse tipo de coisa? Ele é um homem mau?
Droga de perguntas que me encur