O apartamento estava em silêncio, o tipo de silêncio que amplificava os pensamentos e tornava impossível ignorar o vazio. Sentei no sofá da sala, as luzes da cidade piscando através das enormes janelas da cobertura. A conversa com minha mãe ecoava na minha mente. Ela parecia tão feliz, tão otimista, e o peso da mentira me esmagava. Por mais que eu justificasse para mim mesma que era por ela, a culpa permanecia.
Fiz uma tentativa de afastar os pensamentos, mas era inútil. A solidão da cobertura era quase palpável, como se o espaço luxuoso tivesse sua própria forma de me lembrar do que faltava. Peguei o celular, hesitei por um momento e decidi enviar uma mensagem para Leonardo.
– Voltei do hospital.
A resposta veio quase de imediato.
– Como ela está?
A simplicidade da pergunta me desarmou. Ele não era alguém que demonstrava preocupação abertamente, mas havia algo naquele gesto que me fez respirar mais fundo.
– Melhor. Está reagindo bem ao tratamento.
– Fico feliz por ela.
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