"A normalidade é uma estrada pavimentada: é confortável para caminhar, mas nenhuma flor jamais crescerá nela".
Vinent Van Gogh
Entro lentamente no quarto espaçoso, que, a propósito, é um luxo aos meus olhos.
Ângelo está parado atrás de mim, sei que ele está esperando que eu diga que não tem nada de errado, sei que ele quer esquecer o assunto do que aconteceu lá embaixo. Mas eu não quero.
Eu me recuso terminantemente a não colocar nenhuma regra nesse assunto, embora eu devesse ter recusado completamente esse jogo, mas é tarde demais. Tarde demais para mim.
Coloco minha bolsa numa cadeira na entrada do quarto e o vejo olhando para mim com a testa franzida.
É claro que ele não vai iniciar a conversa, não vai se arriscar a cometer outro erro, ele não gosta de cometer erros.
Respirou fundo.
—O que você está fazendo? —eu disse de uma vez e enfatizei cada palavra com um gesto brusco.
—Você não pensou que a gente ia enganar todo mund