Capítulo 103
O motor do carro cortava o silêncio da noite. Dominic dirigia sem pressa, o olhar fixo na estrada escura que levava ao galpão. O ar dentro do veículo era pesado — como se a raiva que ele carregava tivesse forma, espessa, sufocante.
Quando chegou, os seguranças o aguardavam do lado de fora.
— Ela está lá dentro, senhor. — disse um deles, abrindo a porta de ferro.
Dominic entrou. O cheiro de mofo e ferrugem tomou-lhe as narinas. No canto, Thais tremia, as roupas sujas, o rosto marcado pelo choro. Assim que o viu, tentou se levantar, cambaleando.
— Dominic... por favor, me tira daqui... — sussurrou, a voz embargada.
Ele se aproximou devagar, o olhar frio como gelo.
— Achei que já tivesse aprendido o que acontece com quem brinca comigo.
Thais soluçava, tentando se aproximar.
— Eu juro que não sabia...
Dominic a interrompeu com um tapa seco, não de violência física extrema, mas o suficiente para deixá-la sem palavras.
— Chega de mentiras. — disse com calma, uma cal