HANA
*
Depois de tudo o que havíamos passado, estar em casa parecia surreal. Cada canto da sala parecia acolher a nossa dor e, ao mesmo tempo, prometia um recomeço. Jonh estava na cozinha, provavelmente preparando algo para nós com a esperança de trazer algum conforto.
Eu me sentei no chão do banheiro enquanto banhava Jonathan, tentando focar apenas nos movimentos suaves de limpar a pele dele, mas o nó na minha garganta não me deixava respirar direito.
Então o celular tocou.
Olhei para o visor e vi o nome de Ingrid. Suspirei antes de atender, sabendo que a conversa seria longa.
— Oi, Ingrid.
— Hana! Finalmente! Achei que você tivesse sumido do mapa. Vocês chegaram bem em Las Vegas? Por que não me ligou pra avisar? Eu fiquei preocupada!
A pergunta me pegou de surpresa, e por um segundo, eu não sabia como começar. Respirei fundo, tentando manter a voz estável.
— Ingrid… a gente não foi para Las Vegas.
— O quê? Como assim?
— Não deu tempo de sair do Brasil Comecei, minha voz falhando le