LAIKA
Ergui minha marca como se fosse uma coroa: um quarto de lua ladeado por duas estrelas — o sinal mais belo que já avistara, pois fora gravado por Karim. Exalava-lhe o perfume, e todos sabiam a quem eu pertencia.
Karim enviara três guerreiros para escoltar-me até o Bando da Lua Vermelha. A mera ideia de ser seguida ou vigiada incomodava-me, provocando a velha sensação de perigo iminente. Temia Alfa Khalid, mas esse temor se dissolvia sempre que pensava em Karim. Ele era meu baluarte; enquanto estivesse a meu favor, não havia razão para recear Alfa Khalid.
Karim era dez vezes melhor do que Alfa Khalid jamais seria, e eu mal podia esperar para jogar-lhe essa verdade. Sorri durante todo o trajeto, enquanto as lembranças do nosso amor faiscavam diante dos meus olhos. Os guerreiros mantiveram-se em silêncio — o que não me afetou, pois eu estava mergulhada em memórias.
Após algumas horas, alcançamos o bando, e os guardas abriram os portões sem hesitar. Eu não sabia se aquilo se devia ao