Antonella
A primeira coisa que eu sinto é o vento batendo na minha pele nua. Abro os olhos devagar e demoro alguns segundos para entender por que o céu está tão perto. Então lembro da noite anterior, do tango, do vinho, do corpo de Alonzo sobre o meu e do jeito que a gente acabou dormindo ali mesmo, no terraço, enrolados em lençóis.
Estou deitada sobre o peito dele. Sinto o coração de Alonzo bater firme debaixo do meu rosto. A claridade do céu nos acorda como um despertador natural. Ele se mexe, aperta minha cintura e murmura, com a voz rouca de sono:
— Está na hora de entrarmos. Nosso quarto está com saudades.
Sorrio, encostando o queixo no peito dele.
— Sim, consigo ouvir nosso quarto nos chamar.
Ele ri baixo, me beija devagar e, por um instante, eu esqueço do resto do mundo. Depois nos enrolamos nos lençóis e descemos pelas escadas internas, rindo quando quase tropeçamos.
Assim que entramos no quarto, Alonzo solta o lençol no chão e me puxa pela mão.
— Banho. Agora. Antes que eu de