Mesmo com a mão dele sobre minha coxa, levou um tempo para que eu processasse que Gabriel realmente estava ali, ao meu lado, e que eu estava finalmente livre daquele pesadelo e da prisão que meu pai havia me sentenciado. Cada quilômetro que deixávamos para trás parecia um passo mais distante daquela tortura, entretanto, ainda havia um resquício de medo me segurando.
— Para onde estamos indo? — perguntei, tentando entender o que viria a seguir.
— Para minha casa — Gabriel respondeu, com uma firmeza que me trouxe algum alívio, mas não o suficiente para acalmar totalmente a tempestade dentro de mim.
— Tem certeza? — A dúvida escapou antes que eu pudesse evitar.
Só de pensar em voltar para a mesma cidade onde meu pai vivia, o pânico começou a crescer novamente, como uma sombra escura que eu não conseguia afastar.
— Voc&ecir