Magnus
O silêncio do quarto era interrompido apenas pelo som baixo das páginas virando.
Abri os olhos devagar, piscando algumas vezes para ajustar minha visão à penumbra do ambiente. A luz fraca do abajur projetava sombras suaves, tornando tudo mais acolhedor do que deveria ser.
Então, eu a vi.
Gabriela estava sentada na poltrona perto da cama, enrolada em uma coberta fina, com as pernas dobradas sobre o assento. Os cabelos caíam suavemente sobre os ombros, e seu olhar deslizava atentamente sobre as páginas do livro que segurava.
Ela parecia tão absorta na leitura que não percebeu que eu estava acordado.
E meu coração reagiu de um jeito estranho.
Uma pontada. Um aperto no peito. Como