TERESA SE TORNA UMA SEMELHANTE.
A noite era escura e cheia de mentirinhas. Sempre que encarava ao redor, Teresa conseguia enxergar todos os olhos que a floresta mantinha sobre si, todo o pesar e as fofocas. Não precisava ouvir para saber de quem falavam ou do quê. Era sempre do mesmo. E com suas capas de inverno e lanternas, adentraram a floresta assombrada.
Eram pinheiros sentinelas com seus dentes de gelo, a Lua grande e redonda pronta para engolir todo o planeta e o silêncio. Sempre que alguém pisava em alguma folha seca fazendo as meninas se assustarem, Teresa imaginava qual seria a sensação. Não lembrava de se quer ouvir qualquer som, por menor que fosse.
Quando ela e Magnus eram apenas crianças bobas, ele costumava gritar ao seu ouvido ou arremessar coisas no chão, quebrar pratos e bater a madeira de lenha no piso da sala comum. Nada ouvia. Ela também não conseguia se lembrar de um único dia em que não estavam juntos.
Sempre que