Collin Morris
O sol já havia se posto em Cabo Verde, e a brisa noturna soprava através da sacada do meu quarto, trazendo consigo o cheiro salgado do oceano. Eu estava sentado na poltrona de couro escuro, um copo de uísque intocado ao meu lado, enquanto esperava a chamada conectar.
Do outro lado da tela, a imagem do meu irmão mais novo, Louis, surgiu. Ele estava em seu apartamento em Paris, os cabelos desalinhados e uma expressão cética estampada no rosto. Assim que a conexão estabilizou, ele cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha.
— Então, finalmente decidiu me contar o que está acontecendo? — Ele inclinou a cabeça para o lado. — O que diabos você está fazendo em Cabo Verde?
Eu inspirei fundo, passando a mão pelo rosto antes de responder.
— É complicado.
— Claro que é. — Louis soltou um riso seco. — Você some, aparece num país que nunca mencionou antes e agora me liga com essa cara de quem foi atropelado por um caminhão.
Eu bufei, sabendo que ele não facilitaria as coisas.
— Tem